Paris, 27 mar (EFE).- A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) informou nesta terça-feira que seus satélites permitiram observar sinais de degelo do permafrost, tipo de solo encontrado no Ártico, em um processo que libera gases do efeito estufa e agrava os efeitos da mudança climática.
A agência detalhou que embora não possa medir diretamente do espaço o permafrost, a camada que por definição permanece congelada na Terra mais de dois anos, independentemente da mudança de estações, pode captar indicadores como a temperatura da superfície ou as remodelações do terreno.
Apesar de não oferecer números concretos sobre as mudanças, especificou que "a combinação de medições de campo com sensores remotos e os modelos climatológicos podem fazer avançar nossa compreensão dos complexos processos na área do permafrost e melhorar as previsões climatológicas".
A ESA explicou, no entanto, que embora os últimos dados proporcionem informação valiosa que pode ser utilizada junto à extraída da observação do clima e dos modelos hidrológicos, é necessário prosseguir a avaliação do permafrost no futuro e aprofundar na do passado.
E justificou essa necessidade pelo fato de que "nos estudos da mudança climática é essencial contar com uma série temporária mais longa de dados dos satélites de observação".
A agência lembrou que cerca da metade de carbono orgânico sob terra se encontra no permafrost das regiões setentrionais, o que representa mais que o dobro da quantidade de carbono existente na atmosfera na forma de metano e de dióxido de carbono. EFE