Em 2025, o Brasil se verá diante de um cenário econômico desafiador, marcado por fatores internos e externos que prometem testar a resistência da economia nacional. O aumento da taxa Selic, a desvalorização do real e a crescente incerteza fiscal serão elementos cruciais nesse cenário. Além disso, a economia brasileira será impactada por fatores globais, em especial pela política externa dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, que pode exacerbar ainda mais os riscos para o país.
Internamente, o Brasil enfrenta um ambiente de subida da taxa de inflação, alimentada pela desvalorização do real, que eleva os preços das importações e pressiona a economia doméstica. A combinação da falta de um ajuste fiscal consistente com o aumento da taxa de juros exigido para conter a inflação coloca o país em uma situação delicada. Se por um lado a elevação da Selic busca controlar os preços internos, por outro, ela desestimula o consumo e os investimentos, acentuando os riscos de uma desaceleração econômica. A desvalorização do real, reflexo do desequilíbrio fiscal e da desconfiança nos rumos econômicos, torna o Brasil vulnerável, tanto em termos de inflação quanto de fluxo de capitais.
Externamente, a política protecionista prometida pelo novo governo americano pode impactar negativamente as exportações brasileiras. O aumento de barreiras comerciais afetará a competitividade dos produtos de países emergentes, podendo nos impactar, mesmo que indiretamente, atrás de um contexto de desaceleração da economia Chinesa. Esse impacto será amplificado por um ambiente global marcado pela volatilidade, especialmente nos mercados de commodities, dos quais o Brasil é altamente dependente. Nesse cenário, o país terá que se ajustar para evitar novas rodadas de crise de confiança, o que exigirá um esforço coordenado para controlar as contas públicas e proteger o Banco Central da pressão política.
A ascensão de Donald Trump à presidência dos EUA novamente em 2025 trará consigo um redirecionamento significativo das políticas globais. O retorno de sua retórica “America First” e a promessa de uma política fiscal ainda mais expansionista, através de cortes de impostos, geram incerteza. Se as iniciativas prometidas de cortes de gastos que compensam os cortes de impostos falharem, a dívida pública dos EUA pode aumentar, pressionando os juros globais, com repercussões diretas para os mercados emergentes, como o Brasil.
Com tantos fatores de risco em jogo, será o Brasil capaz de se ajustar a essas adversidades? O país precisará de uma estratégia robusta para lidar com o impacto da política interna e externa, fortalecendo sua capacidade de resiliência diante de uma economia global cada vez mais volátil. Será necessário um esforço coordenado para ajustar as contas públicas, proteger a independência do Banco Central e mitigar os impactos das políticas externas. No entanto, o cenário se apresenta nebuloso e a pergunta que persiste é: conseguiremos superar esses desafios e garantir a estabilidade econômica nos próximos anos?