(Embargada até as 21.01 do dia 20 de junho)
Londres, 19 jun (EFE).- A organização pró-direitos humanos
Anistia Internacional (AI) acusou hoje os Governos europeus de
negarem proteção a refugiados e colocarem suas vidas em perigo.
"As portas da Europa estão se fechando ao ignorar os direitos de
quem busca proteção", afirmou a AI em comunicado divulgado por sua
sede em Londres, em função do Dia Mundial dos Refugiados, comemorado
neste sábado.
Segundo a diretora da AI para a Ásia Central e Europa, Nicola
Duckworth, os refugiados arriscam sua vida na busca de segurança
para acabar sendo "recebidos com resistência quando chegam à
Europa".
"Os Governos devem parar de colocar vidas em perigo e começar a
cumprir suas obrigações internacionais para proteger esta gente
vulnerável", afirmou Nicola.
A organização considera que alguns países da Europa - entre eles
a Espanha, Itália, Grécia e Turquia - mostram um "desprezo
flagrante" diante de suas obrigações internacionais com os
refugiados.
Sobre a Espanha, a AI afirma que seus "acordos bilaterais com
vários países da África são usados para justificar prisões
arbitrárias, detenções e deportações de refugiados, solicitantes de
asilo e imigrantes desses países".
Além disso, a AI acusa a Itália de "interceptar refugiados em
águas internacionais e transportá-los fisicamente para a Líbia, sem
avaliar sua necessidade de proteção, onde imigrantes, solicitantes
de asilo e os refugiados correm o risco de maus tratos".
Sobre a Turquia, a AI lamenta que o país continue "sem reconhecer
as pessoas de fora da Europa como refugiados".
A organização, além disso, reprova a entrada de gente na
fronteira terrestre e marítima da Turquia sem "avaliar primeiro sua
solicitação de asilo".
Outros países da União Europeia (UE) "fazem vista grossa com a
crescente falta de respeito aos direitos humanos dos solicitantes de
asilo" em suas fronteiras, enquanto "recebem, eles mesmos, menos
refugiados", ressalta a AI.
Com essa atitude, acrescenta a nota, a UE manda uma "mensagem
perigosa" para o resto do mundo sobre o tratamento dado aos
refugiados. EFE