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AIE aponta alta do consumo de petróleo, mas duvida de recuperação

Publicado 11.06.2009, 08:16
Atualizado 11.06.2009, 08:42

Paris, 11 jun (EFE).- A Agência Internacional da Energia (AIE) revisou levemente para cima sua previsão de consumo mundial de petróleo este ano, devido a uma maior demanda das petroquímicas, mas afirmou que pode ser um movimento pontual e que ainda não há evidências de recuperação.

Em seu relatório mensal sobre o petróleo publicado hoje, a AIE atribuiu a recente alta do preço do barril de petróleo essencialmente à percepção nos mercados de que há sinais de uma recuperação da economia mundial, mas também, ultimamente, a movimentos especulativos.

Essa conclusão deriva de que a escalada de mais de 20% do preço do barril entre maio e o início de junho, até superar a barreira dos US$ 70, "parece difícil de justificar só" pelos fatores do mercado.

A agência, que reúne os principais países consumidores de energia que pertencem à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), calcula que a demanda mundial de petróleo será este ano de 83,3 milhões de barris diários, uma queda de 2,9% a respeito de 2008, mas também 120 mil barris a mais do que estimava há um mês.

Essa correção para cima se deve, integralmente, às novas perspectivas de consumo nos 30 países da OCDE, que, de acordo com os dados da agência, absorverão 45,2 milhões de barris diários em 2009, o que, em qualquer caso, representa uma queda de 4,9% a respeito do ano anterior.

Os autores do estudo justificaram esses 120 mil barris suplementares basicamente com uma demanda superior à antecipada na atividade petroquímica, e alertaram que isso pode ser devido apenas a que esta indústria procedeu um aumento de suas reservas.

No entanto, enfatizaram que, nos países desenvolvidos, o consumo de combustíveis para o transporte "continua sendo muito fraco", o que sugere que, nesses setores, não há sinais de inflexão.

No resto do mundo, apesar de os dados de abril indicarem uma pequena alta da demanda na África e na Ásia, esse efeito foi cancelado pela queda no Oriente Médio.

Sobre a produção mundial, em maio, voltou a cair em 220 mil barris diários, para 83,7 milhões - 3,2 milhões a menos que um ano antes -, e considerando que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) aumentou sua contribuição em 160 mil barris diários.

A AIE revisou para cima as estimativas sobre contribuição dos países de fora da Opep, em 170 mil barris, para 50,5 milhões de barris diários este ano - 100 mil a menos que em 2008 -, por um aumento das expectativas do petróleo que chegará de novos poços na Rússia, da Colômbia, e por uma queda menos pronunciada nas plataformas do Mar do Norte.

Os responsáveis do relatório preveem que a demanda dirigida ao cartel petrolífero, após ter diminuído até 27,3 milhões de barris diários no segundo trimestre, subirá a 27,9 milhões no terceiro, antes de moderar para 27,4 milhões no quarto trimestre.

As reservas industriais de petróleo nos países da OCDE aumentaram em 10,4 milhões de barris em abril, para 2,753 bilhões de barris, 7,5% a mais que as existentes na mesma data do ano passado, e cobriam 62 dias de consumo. Além disso, os dados preliminares de maio indicam um novo aumento de 30,5 milhões.

A AIE afirmou que uma alta do preço do petróleo, se for sintomática de uma gradual recuperação econômica, "em si mesmo não é ruim", já que permite investir mais dinheiro na prospecção de novos poços.

Mas, ao mesmo tempo, advertiu contra a ideia de manter um novo preço ideal, já evocada pela Opep, porque "um consenso arbitrário e inflexível" pode afetar a própria recuperação. EFE

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