Adriana Flores Bórquez.
Atenas, 7 out (EFE).- A Alemanha apoiou hoje os esforços do governo grego para colocar em ordem suas contas públicas e seguir na União Europeia (UE), enquanto Atenas prometeu honrar seus compromissos e devolver os empréstimos oferecidos pelos sócios do bloco e o FMI.
"Temos que chegar a uma maior estabilidade na Eurozona e enviar um sinal claro que estamos dispostos a lutar por nossa moeda comum", afirmou hoje à imprensa o vice-chanceler e ministro alemão de Economia, Philipp Rösler.
O dirigente, que é líder do Partido Liberal (FDP), disse que a falta de competitividade e a dívida pública são os dois principais problemas da economia grega, mas ressaltou que Berlim fará "todo o possível para manter a Grécia na UE".
Rösler foi o primeiro político de peso na Europa a afirmar mês passado que não deveria existir tabus na hora de falar sobre uma possível quebra ordenada da Grécia, embora suas declarações terem sido depois minimizadas pela própria chanceler alemã, Angela Merkel.
"Estamos muito impressionados com o compromisso do governo grego com as reformas", destacou o político germânico, que assegurou que o tema da quebra não está mais em questão e assim se distanciou de seu discurso anterior.
"Concordamos em fazer tudo o que seja necessário e a parte grega se comprometeu a praticar tudo aquilo que acordamos", salientou Rösler após se reunir com o ministro das Finanças grego, Vangelis Venizelos.
O dirigente, que chegou a Atenas com uma delegação de empresários, acrescentou que o objetivo é criar um clima positivo para que o país seja um destino dos investimentos alemães, especialmente em setores como de energias renováveis e turismo.
A Grécia ainda espera as conclusões de um relatório feito por seus credores internacionais para poder receber o segundo lance de seu resgate, de oito bilhões de euros, da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do FMI.
Atenas já declarou que só tem liquidez até meados de novembro e por isso segue negociando os números dos orçamentos para 2013 e 2014, após ter anunciado mais um corte de gastos públicos.
O processo de reformas e ajustes nos salários dos trabalhadores e na previdência já provocaram cinco greves gerais no país esse ano. A próxima está marcada para o dia 19 de outubro.
Até agora, o primeiro resgate de 2010 no valor de 110 bilhões de euros não foi suficiente para solucionar o problema de dívida da Grécia e a União Europeia decidiu em julho que será necessário um segundo pacote no valor de 109 bilhões de euros, além de outros 50 bilhões vindos de credores privados.EFE