Berlim, 2 dez (EFE).- A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, reiterou nesta sexta-feira sua rejeição ao plano de criar eurobônus e enfatizou a importância da autonomia do Banco Central Europeu (BCE) como fiador da estabilidade monetária da zona do euro, ao apresentar no Parlamento de seu país a postura de seu governo para a próxima cúpula da União Europeia (UE).
"Quem pedir a emissão (dos eurobônus) para enfrentar a crise da dívida europeia é porque não entendeu a crise", disse a chanceler, que insistiu em rejeitar formalmente a emissão dos títulos comuns do bloco, tal como reivindicam alguns dos membros da zona do euro.
Merkel reiterou, além disso, que ninguém deve esperar uma solução repentina para a crise. Para ela, a recuperação da economia da Europa consiste em um "processo que durará anos" e que requer "mudanças nos tratados europeus" para que haja normas vinculantes no manejo dos orçamentos públicos dos Estados.
A líder alemã disse que os países-membros da zona do euro precisam de um critério mais firme para o planejamento das contas estatais. Em sua opinião, o atual critério de referência - que limita o déficit das nações em 3% do PIB e a dívida em 60% do PIB - não é suficiente pois carece de força.
Ela apoia o estabelecimento de critérios vinculantes, que produza sanções automáticas aos países que descumprirem as metas comuns.
A chefe de governo alemã defendeu também a autonomia do BCE como fiador da estabilidade monetária da região, o que qualificou de "grande conquista de nossa democracia". "A função do BCE é preservar a estabilidade monetária. O BCE tem funções distintas dos bancos centrais dos EUA ou do Reino Unido".
A chanceler ressaltou também sua intenção de obter um acordo com a França, na próxima segunda-feira, em Paris, durante uma nova reunião com o presidente Nicolas Sarkozy, para apresentar uma proposta conjunta à cúpula da UE. EFE