SÃO PAULO (Reuters) - O dólar mostrava certa volatilidade nesta sexta-feira, ora sendo orientado pelo corte de juros na China, ora refletindo a preocupação dos investidores com a situação fiscal e política do Brasil.
Às 12:40, o dólar recuava 0,62 por cento, a 3,8834 reais na venda, após cair mais de 1 por cento na mínima da sessão, a 3,8664 reais. Na máxima, foi a 3,9319 reais.
"O mercado aproveitou preços mais baixos logo cedo e saiu comprando... A cautela com anuncio do déficit fiscal fez o mercado se defender", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.
O governo deve enviar previsão de déficit primário de 70 bilhões de reais em 2015 ao Congresso, afirmou uma fonte à Reuters.
Investidores temem que a deterioração das contas públicas possam levar o Brasil a perder seu selo de bom pagador com outras agências além da Standard & Poor's, o que afastaria ainda mais capitais do país em um momento de intensa incerteza política.
Pela manhã, a moeda norte-americana registrou quedas firmes após o banco central da China afrouxar a política monetária para enfrentar a fraqueza na economia. O Banco do Povo da China reduziu suas principais taxas de juros e cortou a de compulsório para todos os bancos, em um momento em que a fraqueza na segunda maior economia do mundo vem reduzindo a demanda por ativos de mercados emergentes.
Segundo o economista da 4Cast Pedro Tuesta, além de favorecer mercados emergentes por si só, os cortes são evidência de fraqueza na China e podem levar o Federal Reserve, banco central norte-americano, a manter os juros perto de zero por mais tempo. "O mercado vai acreditar que o Fed vai continuar 'dovish'".
Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em novembro, vendendo a oferta total de até 10.275 contratos, equivalentes a venda futura de dólares. Até agora, a autoridade monetária já rolou 8,193 bilhões de dólares, ou cerca de 80 por cento do lote total, que corresponde a 10,278 bilhões de dólares.
(Por Bruno Federowski)