Amorim defende que Brasil precisa facilitar comércio com vizinhos

Publicado 27.08.2010, 16:06

Rio de Janeiro, 27 ago (EFE).- O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse hoje que o Brasil tem de ser mais aberto nas trocas comerciais com os países da América Latina e eliminar os impedimentos para reduzir os elevados superávits que acumula com a maioria das nações da região.

"Brasil tem de ser mais aberto e não apenas com as tarifas. De nada serve reduzir as tarifas se existem tantas dificuldades", afirmou o chanceler ao referir-se às queixas dos países sobre as barreiras não tarifárias que o Brasil impõe em seu comércio com os vizinhos.

"Não sou técnico, mas é preciso olhar isso. Temos de pensar se os produtos enfrentam essas mesmas dificuldades quando circulam dentro do Brasil, de um estado para outro", acrescentou Amorim em declarações à imprensa após participar no Rio de Janeiro do seminário "A integração latino-americana em Foco".

O ministro admitiu que as maiores reclamações que escutou nas reuniões preparatórias à visita que o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, realizará na próxima semana ao Brasil foram sobre as barreiras não tarifárias brasileiras.

"A maior dificuldade que dizem ter as empresas colombianas são sanitárias, fitossanitárias e de controles técnicos", disse.

Acrescentou que os equatorianos alegam que têm dificuldades para exportar produtos ao Brasil e que isso impede reduzir o enorme superávit brasileiro em seu comércio, ao qual vende US$ 1 bilhão ao ano e do qual compra apenas US$ 30 milhões.

"Temos de adotar os procedimentos burocráticos para uma era de integração", disse Amorim ao defender a revisão das barreiras brasileiras às exportações dos países latino-americanos.

Amorim admitiu que, às vezes, é difícil levar a burocracia por isso que é necessário que a integração passe a ser parte de um plano do país e não apenas um desejo do presidente ou da Chancelaria.

"É necessário que todos estejam compenetrados com a integração", disse o funcionário ao citar organismos como o departamento fitossanitário do Ministério da Agricultura, o Inmetro e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

O ministro disse que o próprio Mercosul, após ter avançado significativamente neste ano com a eliminação da dupla tarifa interna e a criação de um código alfandegário, ainda tem de avançar muito mais.

Assegurou que o Mercosul também tem de ampliar a cobertura de seus acordos sobre serviços, investimentos e compras governamentais com os outros países da América do Sul, até agora limitados a um acordo sobre serviços com o Chile e a negociações sobre serviços com a Colômbia.

"Estamos discutindo liberar serviços com os Estados Unidos e a União Europeia e não discutimos com membros do Mercosul. Temos de dar um salto em serviços e investimentos", disse.

"Brasil é um grande país e está destinado a ter uma grande presença no mundo, mas, em termos econômicos e comerciais, os grandes jogadores do mundo serão os grandes blocos. E América Latina pode ser um bloco com peso na economia regional", disse ao insistir na integração. EFE

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