Pequim, 8 mai (EFE).- Após anunciar nesta terça-feira a primeira expulsão de um correspondente em mais de 14 anos, o governo chinês pediu para os jornalistas estrangeiros seguirem as normas do país, lembrando que a China possui uma postura "muito firme ao respeito".
Assim afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hong Lei, que também falou sobre o caso de Melissa Chan, uma correspondente da "Al Jazeera" em inglês que acabou sendo expulsa da China por não ter seu visto de trabalho renovado.
"Pedimos aos jornalistas que informem de maneira objetiva na China. Sempre atendemos os pedidos de ajuda, enquanto a atmosfera segue livre e aberta", disse Hong aos dezenas de correspondentes que estavam apurando os motivos da expulsão de Melissa, que já deixou o país onde trabalhava desde 2007.
"Ao mesmo tempo, os jornalistas devem seguir as normas e os regulamentos do país", alertou Hong, que ressaltou que, "neste aspecto, a posição da China é muito firme".
O porta-voz da Chancelaria, no entanto, não esclareceu os motivos que fizeram o governo chinês negar a renovação do visto de Melissa e também não desmentiu que a jornalista tenha sido expulsa.
"Acho que a imprensa em questão tem muito claro que tipo de normas e regulações não foram seguidas", justificou Hong.
Segundo o Clube de Correspondentes Estrangeiros de Pequim (FCCC, na sigla em inglês), a expulsão da jornalista está relacionada com a emissão de um documentário que desagradou às autoridades chinesas, que, por sua vez, parecem não concordar com a linha editorial da "Al Jazeera" em inglês.
Perguntado se este caso Melissa devia ser seguido como uma "advertência" ao resto dos jornalistas estrangeiros, Hong respondeu que "(as autoridades chinesas) sempre fornecemos aos jornalistas os requisitos exigidos de acordo com as normas".
"Continuaremos dando as boas-vindas aos jornalistas que informam com objetividade e ética profissional", completou.
A correspondente, de nacionalidade americana, é a primeira jornalista expulsa da China desde 1998, quando dois jornalistas, o japonês Yukihisa Nakatsu e o alemão Jürgen Kremb, foram obrigados a abandonar o país em 72 horas sob a acusação de conhecerem segredos de Estado. EFE