Por Ulf Laessing
TRÍPOLI (Reuters) - O governo rival da Líbia quer enviar seu ministro do Petróleo para a cúpula da Opep em Viena nesta semana e se recusará a obedecer a quaisquer decisões sobre produção caso tenha acesso negado, informou o próprio ministro.
A Líbia tem dois gabinetes e dois Parlamentos disputando legitimidade desde que um grupo rival assumiu o controle de Trípoli em agosto, instalando seu próprio primeiro-ministro e assembleia e forçando a saída do premiê reconhecido internacionalmente, Abdullah al-Thinni.
A Organização das Nações Unidas (ONU) e potências mundiais não reconheceram o primeiro-ministro rival, Omar al-Hassi, mas sua aliança política controla grandes ministérios em Trípoli.
"Nós somos o governo legítimo. Queremos representar a Líbia nessa reunião. Ainda não recebemos um convite... ouvi dizer que o outro lado recebeu um convite", disse Mashallah Zwai, ministro de Petróleo de Hassi, em entrevista na noite de terça-feira, referindo-se ao gabinete de Thinni.
Os planos do governo rival de ir à cúpula da Opep podem ser um teste para a comunidade internacional na escolha de uma autoridade para representar a Líbia, país grande produtor de petróleo que está há três anos em conflito interno após a queda do ex-ditador Muammar Gaddafi.
Thinni está operando a partir do leste do país, para onde o Parlamento eleito também levou sua base.
A Líbia não cumprirá nenhuma decisão tomada em Viena caso Zwai não possa ir com sua delegação, a qual inclui o presidente da National Oil Corp (NOC) e seu governador para a Opep, afirmou o ministro, sentado no escritório da companhia petrolífera que fora utilizado por ministros anteriores.
"Se o governo da Líbia for representado pelo governo não legítimo, então tomaremos ação legal", disse ele, acrescentando que suspender a filiação da Líbia à Opep ou não pagar as taxas da entidade são opções.
((Tradução Redação Rio de Janeiro; 55 21 2223-7128))
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