Bogotá, 27 jul (EFE).- A alta do dólar na Colômbia, que nesta segunda-feira fechou cotado a 2.854,68 pesos para a venda, será "permanente", segundo especialistas do setor, que descartam inclusive a eficácia de uma intervenção do Banco da República para pressionar em baixa a moeda americana.
Segundo o presidente da Associação Nacional de Empresários (ANDI), Bruce Mac Master, a alta experimentada nas últimas semanas pelo dólar seguramente será permanente.
Mac Master disse a jornalistas que o dólar em alta é um perigo para a inflação, que no primeiro semestre do ano foi de 3,33% na Colômbia, pelo impacto que tem nos preços dos produtos importados.
"Acredito que ainda não temos completamente medido o efeito do dólar sobre a inflação", comentou o dirigente.
Para o diretor, após anos com um dólar em baixa, nos quais as empresas colombianas perderam competitividade, "agora finalmente temos um dólar que deveria dar essa competitividade", embora, esclareceu, "as exportações colombianas não tenham repontado".
"Do ponto de vista da oferta temos que estar preparados para substituir importações", acrescentou.
Em declarações à "Caracol Radio", o presidente da ANDI comentou que seria ineficaz uma possível intervenção no mercado cambial por parte do Banco da República.
"Qualquer esforço seria inútil em termos de poder resistir a estas forças tão grandes que existem no mercado mundial", opinou.
Na Pesquisa de Opinião Financeira divulgada nesta segunda-feira, analistas do mercado concordaram em que a autoridade monetária manterá a taxa de intervenção das taxas de juros em 4,5% em sua reunião do próximo dia 31 de julho.
A consulta, elaborada pela Fundação para a Educação Superior e o Desenvolvimento (Fedesarrollo) e a Bolsa de Valores da Colômbia (BVC), deixou em evidência que na medição de julho "mais de 95%" dos consultados considerou que o emissor deixaria sua taxa de intervenção "estável".
A taxa de intervenção do Banco da República se manteve estável em 4,5% desde setembro de 2014, apesar da desaceleração econômica, de um entorno externo menos favorável e de uma inflação acima de 4% anual.
A tendência do dólar na Colômbia, que na sexta-feira passada alcançou seu valor mais alto em 12 anos, com 2.857,46 pesos, divide os especialistas do mercado financeiro, alguns dos quais projetam que pode ultrapassar a barreira dos 2.900 pesos enquanto outros consideram que baixará até os 2.300 antes de terminar o ano.