Washington, 19 ago (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta quarta-feira que adia até outubro de 2016 a possível inclusão do iuane chinês na cesta de divisas que compõem os Direitos Especiais de Saque (SDR), entre as moedas utilizadas pelo organismo, para permitir aos usuários tempo de adaptação.
"A extensão de nove meses permitirá aos usuários dos SDR terem tempo suficiente para se ajustarem à decisão de acrescentar uma nova moeda à cesta de divisas", afirmou o FMI em uma nota de imprensa, depois de os técnicos emitirem uma recomendação no início de mês.
A nova revisão tem agora como data limite 30 de setembro de 2016, a atual era até 31 de dezembro de 2015, por isso a possível nova inclusão não poderia ser efetivada até outubro do ano que vem.
O Fundo, que revisa a cada cinco anos a composição das divisas em que se baseiam os SDR em função das mudanças na economia global, atualmente é composta por dólar, euro, iene japonês e libra esterlina britânica, deveria decidir sobre este ponto antes do final do ano.
Para incluir uma moeda na cesta do SDR, ela deve mostrar um significativo peso no comércio internacional de bens e serviços e ter sido qualificada pelo Fundo como de "uso livre", ou seja, que seja amplamente utilizada como moeda de pagamento em transações internacionais e trocada nos principais mercados de divisas.
O anúncio do FMI foi feito menos de uma semana depois de a China surpreender os mercados com uma desvalorização do iuane e de estabelecer um processo de flexibilização da taxa de câmbio para alinhá-lo mais com os fundamentos do mercado.
A China realizou nos últimos anos uma grande campanha diplomática para defender a inclusão de sua moeda na cesta do FMI, o que daria mais credibilidade a sua economia e elevaria a confiança internacional.
Apesar de alguns países defenderem a inclusão do iuane, dado o crescente peso econômico global da China, outros como os Estados Unidos se mostraram mais cautelosos, insistindo que as autoridades chinesas ainda devem avançar mais na liberalização financeira e permitir mais flexibilidade em sua taxa de câmbio, que ainda sofre interferência de Pequim.
O Fundo considerou a decisão da China de reformar seu sistema cambial como "um bom passo" rumo a abertura e a flexibilização do mercado de divisas no país, mas lembrou que deve avançar mais.