SÃO PAULO (Reuters) - As chuvas que tinham dado uma trégua para produtores colherem o café em áreas da Cooxupé na segunda-feira voltaram a atingir as lavouras nesta terça-feira, paralisando novamente os trabalhos no campo na região do sul de Minas Gerais, com a umidade elevada trazendo preocupações relacionadas à qualidade do produto.
A Cooxupé, maior cooperativa de cafeicultores do Brasil, o maior produtor global, apontou nesta terça-feira dificuldades para a produção do café "cereja descascado", mais apreciado e de preços mais elevados, em função da elevada umidade.
"As chuvas provocam a queda do grão, necessitando de varrição.... (e) alguns cafeicultores conseguem fazer a varrição somente no final da colheita, ou seja, término de agosto. O apodrecimento do grão é uma consequência", informou a Cooxupé, por meio da assessoria de imprensa.
A cooperativa lembrou também que os grãos já colhidos, que estão no terreiro, ficam vulneráveis à fermentação por conta da umidade, o que também afeta a qualidade do produto.
Mais cedo a Cooxupé informou que a colheita de café de seus cooperados chegou a 9,94 por cento da área em 3 de junho, ante 4,45 por cento no mesmo período do ano passado, após floradas favoráveis a um início mais precoce dos trabalhos.
A cooperativa com sede em Guaxupé (MG) informou ainda que as áreas mais afetadas pelas chuvas recentes estão principalmente no sul de Minas.
(Por Roberto Samora)