Esperança: crédito barato pode reativar as vendas no comércio e justificar alta das ações na Bolsa (Divulgação/ Via Varejo (SA:VVAR11))
SÃO PAULO – As ações de empresas varejistas operam em alta nesta sexta-feira (17), puxadas pela melhora da curva de juros futuros. Traduzindo: o mercado começa a enxergar uma queda de juros, o que vai baratear o crédito para os consumidores e, por tabela, incentivar as vendas do varejo.
Por volta das 15h30, quando o Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, subia 0,66%, para 49.740 pontos, os papeis de varejistas que o integram avançavam com mais intensidade. A alta da Hering (SA:HGTX3) era de 4%, cotada a R$ 13,79; a Lojas Americanas (SA:LAME4) subia 3,32%, para R$ 14,92; Natura (SA:NATU3), 3,16%, a R$ 22,85; Pão de Açúcar (SA:PCAR4), 2,67%, a R$ 43,77; Lojas Renner (SA:LREN3), 2,27%, para R$ 22,95; mesmo o Magazine Luiza (SA:MGLU3), que não integra o Ibovespa, avançava 4,87%, para R$ 35,55.
“A curva de juros começa a fechar na ponta longa e isso pode favorecer quem depende de crédito para os negócios”, afirma Luís Gustavo Pereira, estrategista-chefe da Guide Investimentos. O cenário externo também ajuda, segundo Pereira, com um certo alívio na tensão causada pelas expectativas de uma eventual saída da Grã-Bretanha da União Europeia - a tão falada Brexit.
Confiança melhora
Outro fator que alimenta a alta dos papeis é a volta do otimismo dos consumidores, de acordo com Pereira. A FecomercioSP, que representa o comércio paulista, divulgou há três dias o primeiro aumento no índice de confiança dos consumidores, após 40 meses consecutivos de queda. O índice subiu 7,9% e marcou 98 pontos.
Segundo a metodologia da FecomercioSP, a faixa de pontuação vai de zero (pessimismo absoluto) a 200 pontos (otimismo absoluto). Logo, 100 pontos é o meio do caminho e o resultado ainda está abaixo do ponto médio. Mas a entidade observa que a mudança de humor dos paulistas está atrelada ao novo governo e à expectativa de que a economia, finalmente, vai deslanchar. O mesmo otimismo foi detectado por uma pesquisa da Paraná Pesquisas feita com exclusividade para O Financista. Nela, 64% dos entrevistados afirmam que a situação econômica vai melhorar até 2018.