Genebra, 20 jan (EFE).- A ONU revelou hoje que, uma semana depois
do terremoto no Haiti, "ainda não existe um sistema formal de
distribuição" da ajuda e que, apesar do envio em massa de
assistência internacional, "as necessidades são maiores que a
resposta" oferecida aos desabrigados.
Enquanto isso, as equipes de busca e resgate chegam a localidades
fora de Porto Príncipe que também foram muito atingidas pelo
terremoto, como Jacmel, Carrefour e Leogane.
Apesar das limitações ainda registradas na distribuição de ajuda,
agravadas pelos problemas de segurança, cada vez mais vítimas
recebem algum tipo de assistência, como alimentos, água e material
de abrigo, assim como atendimento médico.
Segundo o Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários
(Ocha) da ONU, as prioridades são "as provisões médicas, a água,
equipes de saneamento básico, tendas, colchas, comida e
combustível", além de veículos para transportar esses artigos.
O Programa Mundial de Alimentos (PMA), a maior agência
humanitária da ONU, implementou pontos de distribuição para cerca de
60 mil pessoas dentro e fora de Porto Príncipe, o que significa 40
mil a menos do que o informado inicialmente.
Esta diferença nos números de beneficiados se deve à falta de
pessoal de segurança, assim como ao fato de que efetivos militares
que ajudavam o pessoal do PMA a tirar as provisões de seus armazéns
danificados pelo terremoto ficaram feridos.
Sobre isso, a ONU ditou regras de segurança a seu pessoal no
Haiti, como a que indica que a distribuição de ajuda só poderá ser
feita em companhia do pessoal de segurança adequado.
O organismo internacional afirmou também que uma das principais
preocupações do Governo do Haiti é a revitalização das atividades
econômicas.
Por essa razão, a zona industrial que é utilizada para armazenar
a ajuda deverá ser liberada, de modo que a atividade industrial
possa recomeçar.
Além disso, as atividades bancárias devem ser retomadas amanhã.
Do pedido de fundos de emergência da ONU para o Haiti, o Ocha
informou hoje que recebeu financiamento de 21% dos US$ 575 milhões
solicitados, com Estados Unidos (US$ 70 milhões) e Canadá (US$ 60
milhões) como principais doadores.
O terremoto de 7 graus na escala Richter aconteceu às 19h53
(Brasília) do dia 12 e teve epicentro a 15 quilômetros da capital
haitiana, Porto Príncipe. Segundo declarações à Agência Efe, o
primeiro-ministro do Haiti, Jean Max Bellerive, acredita que o
número de mortos superará 100 mil.
O Exército brasileiro informou que pelo menos 17 militares do
país que participavam da Missão de Estabilização das Nações Unidas
no Haiti (Minustah) morreram em consequência do terremoto.
A médica Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da
Criança, e Luiz Carlos da Costa, o segundo civil mais importante na
hierarquia da ONU no Haiti, também morreram no tremor. EFE