Roma, 18 fev (EFE).- O diretor-geral da Organização das Nações
Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), Jacques Diouf,
chamou a atenção hoje para a "falta de apoio" ao setor alimentício
do Haiti, comprometido após o terremoto de 12 de janeiro.
Durante a apresentação em Roma do relatório "O Estado Mundial da
Agricultura e da Alimentação - 2009", Diouf denunciou a "grave crise
alimentícia" enfrentada pelo país caribenho, onde mais de 200 mil
pessoas morreram em decorrência do devastador tremor do mês passado.
"O Haiti está enfrentando uma grave crise alimentícia. Ficamos
alarmados com a falta de apoio ao setor alimentício. Dos US$ 23
milhões pedidos pela ONU, só chegaram 8%", comentou o diretor da
FAO.
"Com isso, não podemos fazer nosso trabalho", acrescentou Diouf,
que também lamentou o fato de sua organização não ter visto "um
centavo dos US$ 20 bilhões que, em julho passado, na cúpula do G8 na
Itália, os líderes mundiais prometeram doar à luta contra a fome.
A FAO, explicou seu diretor-geral, continua distribuindo
alimentos no Haiti. Mas também está fornecendo sementes de qualidade
e instrumentos de lavoura para que a população rural possa começar a
semear em cerca de três meses e assim fazer frente às necessidades
alimentícias do país.
Diouf também falou da força de intervenção conjunta para o Haiti
que a FAO, o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA)
e o Programa Mundial de Alimentos (PMA) anunciaram em 12 de
fevereiro para ajudar o Governo haitiano a implementar estratégias
de segurança alimentar imediatas e duradouras.
Segundo o diretor-geral da FAO, a prioridade agora no Haiti é a
temporada de plantio, essencial para evitar que a crise alimentícia
se agrave. EFE