Buenos Aires, 21 fev (EFE).- A Assembleia Legislativa das Ilhas
Malvinas confirmou que a plataforma britânica Ocean Guardian
começará hoje a prospecção petrolífera no arquipélago, apesar da
forte rejeição do Governo da Argentina, informou a imprensa local.
Em comunicado, a Assembleia Legislativa informou que já estão nas
ilhas "todas as provisões" necessárias para dar início à tarefa.
"As perfurações vão começar como estava planejado, se o tempo
permitir", acrescentou a Assembleia.
O apoio do Reino Unido à prospecção provocou uma irada rejeição
do Governo argentino, que após várias advertências decidiu aumentar
os controles sobre o tráfego marítimo em direção às ilhas.
O Governo do Reino Unido preferiu não dar importância à medida
por considerar que as águas que rodeiam as Malvinas (Falklands, para
os britânicos) estão sob o controle das autoridades das ilhas e,
portanto, não serão afetadas pela postura argentina.
A imprensa britânica assegurou recentemente que as ilhas Malvinas
abrigam 60 bilhões de barris de petróleo.
O pano de fundo da polêmica é a discussão sobre a soberania das
ilhas, que colocou os dois países em guerra há 28 anos. Apesar de
sua derrota, a Argentina continua reivindicando o território.
A presidente argentina, Cristina Fernández, disse nesta semana
que o Reino Unido "ignora" as resoluções da ONU e adota medidas
"unilaterais" sobre o arquipélago.
"Há inúmeras resoluções das Nações Unidas que pedem e obrigam os
dois países a retomar as conversas", que "foram ignoradas
sistematicamente pelo Reino Unido, que se nega a discutir a
questão", afirmou Cristina.
O chanceler argentino, Jorge Taiana, vai se reunir em Nova York
com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, com o objetivo de abrir
um diálogo com o Reino Unido. EFE