Roma, 14 jul (EFE).- O Senado italiano aprovou nesta quinta-feira o plano de ajuste elaborado pelo Governo, que prevê corte de 79 bilhões de euros e que agora vai à Câmara dos Deputados, onde será submetido a votação nesta sexta-feira.
O plano de austeridade, aprovado no Conselho de Ministros em 30 de junho, contou com 161 votos a favor, 135 contra e três abstenções.
Diante da instabilidade dos mercados, o plano de ajuste aumentou para 79 bilhões de euros com novas medidas que permitirão ao Governo economizar 32 bilhões adicionais.
Além disso, para recuperar a confiança dos mercados após a turbulências dos últimos dias, o Governo e a oposição da Itália, país que tem uma dívida pública superior a 120% do PIB, decidiu acelerar a aprovação destas medidas.
O plano consta de cortes em quatro fases: 3 bilhões de euros em 2011, 6 bilhões em 2012, 25 bilhões em 2013 e 45 bilhões em 2014.
O documento prevê um corte de 21,6 bilhões de euros das regiões entre 2011 e 2014, além da limitação no uso dos voos de Estado, com exceção dos dos presidentes do Governo, da República e das Câmaras Baixa e Alta e um teto na cilindrada dos carros oficiais, exceto os dos cargos mencionados.
Outro dos grandes pontos da reforma são as pensões, com a antecipação para 2013 do aumento da idade de aposentadoria (até agora 65 anos para os homens e 60 para as mulheres) e um corte nas chamadas "pensões de ouro", superiores a 90 mil euros por ano.
Também se prevê o pagamento de uma taxa sobre os depósitos bancários que será de 34 euros nos abaixo de 50 mil euros, de 70 euros nas de até 150 mil e de 1,1 mil nas de mais de 500 mil euros.
O ministro da Economia, Giulio Tremonti, apostou durante seu comparecimento no Senado por introduzir na Constituição uma "regra de ouro" que exija o equilíbrio de contas.
"Hoje na Europa há uma reunião com um objetivo: a salvação não chega da Economia, mas da política. Mas a política não pode cometer erros porque é como com o Titanic, nem os passageiros da primeira classe se salvam", afirmou Tremonti. EFE