Bruxelas, 10 jan (EFE).- A agência de medição de risco Fitch prevê que em 2012 a zona do euro sofrerá uma recessão leve pelo impacto dos cortes e que os bancos de países como Itália, Portugal e, especialmente, a Espanha seguirão enfrentando dificuldades, advertiram nesta terça-feira vários de seus analistas.
"A capacidade dos países para gerar crescimento econômico sustentado neste ano será um ponto-chave" e Fitch prevê "uma recessão pouco profunda para a eurozona em 2012, enquanto as duras medidas de austeridade seguem apertando e a confiança dos consumidores e das empresas se mantém frágil", explicou o diretor de classificações soberanas da agência, David Riley.
Segundo Riley, "o risco de um círculo vicioso de economias estagnadas que alimentam a preocupação sobre a solvência de alguns Governos e bancos é real".
O analista, que discursou nesta terça-feira em um ato em Londres, considerou que os desequilíbrios que levaram à crise estão sendo enfrentados e as medidas de austeridade poderiam ser reduzidas mais perto do fim do ano, apoiando uma recuperação econômica gradual "que poderia marcar o princípio do fim da crise", explicou Fitch em um comunicado.
Enquanto isso, a situação dos bancos europeus apresenta para a agência de medição uma divisão norte-sul, com uma perspectiva estável no primeiro caso e mais complicada no segundo.
"A previsão é em sua maioria negativa para os bancos em países como a Espanha, Itália e Portugal, refletindo antes de tudo as crescentes preocupações soberanas e econômicas e sua implicação para o custo de financiamento dos bancos", indicou o responsável de instituições financeiras de Fitch, James Longsdon.
Em sua opinião, o risco está "amortecido até certo ponto" pelo papel do Banco Central Europeu (BCE), "mas exacerbado na Espanha pela intensa crise imobiliária do país". EFE