Jerusalém, 16 jan (EFE).- Os sites oficiais da Bolsa de Tel Aviv e da companhia aérea israelense El Al deixaram de funcionar na manhã desta segunda-feira por um suposto ataque de hackers, que se repetem quase diariamente desde o início do ano.
Os novos ataques ocorreram um dia depois de o movimento islâmico Hamas ter pedido aos hackers palestinos e árabes a "declararem uma guerra eletrônica contra a ocupação israelense".
Horas antes de os sites serem afetados, um hacker identificado como saudita alertou a imprensa israelense de que em breve seria cometido um ataque por um grupo pró-palestino chamado "Pesadelo".
Por volta das 10h da manhã (horário local), o site da El Al parou de carregar corretamente, enquanto o da Bolsa de Tel Aviv não permitia fazer a maioria das funções e só mostrava informações do mercado, informou o serviço de notícias "Ynetnews". O trabalho na Bolsa, no entanto, não foi afetado pelo incidente e continuou operando com normalidade.
Os hackers israelenses continuam revidando aos ataques: um hacker judeu e pró-israelense conhecido como "Hanibal" divulgou nesta segunda-feira dados de 20 mil usuários árabes do Facebook e ameaçou publicar dados de 10 milhões de clientes de bancos iranianos e sauditas.
O porta-voz do Hamas em Gaza Sami Abu Zuhri declarou no domingo que os ataques virtuais que se multiplicaram recentemente "são a abertura de um novo campo de resistência à ocupação e o início de uma guerra eletrônica contra a ocupação israelense".
Israel reforçou nos últimos meses as unidades do Exército destinadas a prevenir crimes eletrônicos. Em dezembro, as Forças de Defesa do país recrutaram cerca de 300 jovens para aumentar a segurança na rede e combater a ameaça crescente.
No início de janeiro, um grupo de hackers da Arábia Saudita que se identificou como "Group-XP" assumiu o roubo e a publicação dos dados de milhares de cartões de crédito israelenses.
A informação revelada incluía, além dos números dos cartões, seus códigos de segurança, endereços pessoais, nomes, números de telefones e da carteira de identidade de seus proprietários, que tinham sido roubados de uma base de dados de clientes do popular site israelense de esportes www.one.co.il.
Após a divulgação da informação, o Banco de Israel pediu à população que esteja atenta ao uso dos cartões e que os cancele caso suspeite que possam estar sendo usados por outras pessoas.
Pouco depois, foi atacado o site do vice-ministro das Relações Exteriores de Israel, Dani Ayalon, que chamou o ato de "ataques terroristas" e advertiu que seu país "responderá com força aos hackers que ameaçarem a soberania israelense". EFE