Bruxelas, 9 jun (EFE).- Os países da zona do euro decidiram neste sábado ajudar o sistema bancário espanhol com um empréstimo de até 100 bilhões de euros para sanear as instituições do país, segundo um acordo entre os ministros de Finanças do bloco em uma teleconferência.
O pacto deve ajudar a Espanha a recuperar gradualmente a confiança nos mercados, criar condições para voltar a crescer e criar emprego, disseram o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Olli Rehn.
A ajuda inclui uma reserva para garantir a cobertura das possíveis demandas de capital dos bancos e deverá ser aprovada pelo Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária (FROB), que será encarregado de canalizar o empréstimo para as entidades afetadas, segundo o comunicado do Eurogrupo no final da reunião.
O Executivo espanhol, no entanto, será responsável pela assistência econômica e será obrigado a assinar um Memorando de Entendimento com seus parceiros da zona do euro. Os recursos serão procedentes do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) e do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE), embora ainda não tenha sido acertado em que proporção ou de que forma.
A quantia determinada pelo Eurogrupo deverá acalmar os mercados, disse à agência Efe uma fonte comunitária. "Todos os ministros concordaram que devia ser um número contundente para fechar a operação e evitar reabrí-la em pouco tempo", afirmou a fonte.
O ministro espanhol de Economia, Luis de Guindos, informou em uma entrevista coletiva em Madri que "sem crédito não há recuperação possível". Guindos ainda ressaltou que a posição do Governo é dissipar toda dúvida sobre o sistema financeiro.
O Eurogrupo, fórum de ministros de economia da zona do euro, informou em seu comunicado que para receber a ajuda, a Espanha deverá realizar "reformas específicas" no setor financeiro, incluindo planos de reestruturação de acordo com as regras comunitárias de ajudas e reformas estruturais horizontais.
Os ministros indicaram que apoiam os esforços das autoridades espanholas para a reestruturação do setor financeiro e cumprimentaram a intenção de buscar assistência dos Estados-membros da zona do euro. No entanto, o Eurogrupo vigiará a Espanha no cumprimento de seu programa de ajuste para eliminar o déficit excessivo e aplicar reformas estruturais.
"O Eurogrupo confia que Espanha cumpra seus compromissos sobre o déficit excessivo e reformas estruturais para corrigir seus desequilíbrios macroeconômicos", disseram os ministros.
A Comissão, junto com o Banco Central Europeu (BCE), a Autoridade Bancária Europeia (ABE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) devem fazer uma avaliação, após receber a solicitação de ajuda por parte do Governo espanhol, e elaborar uma proposta sobre as condições necessárias ao setor financeiro.
O FMI terá um papel de supervisão no resgate europeu a os bancos espanhóis, de modo que informará com regularidade suas análises. A solução proposta pelo Eurogrupo aconteceu após descartar a capitalização direta dos bancos. EFE