Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar registrava leve baixa ante o real nesta segunda-feira, acompanhando a trajetória da moeda ante divisas de emergentes no exterior em dia de agenda tranquila e com os investidores monitorando o noticiário político local em busca de pistas sobre as chances de votação da reforma da Previdência ainda este ano.
Às 10:03, o dólar recuava 0,17 por cento, a 3,2271 reais na venda, depois de acumular na última semana baixa de 0,88 por cento, terminando a sexta-feira a 3,2325 reais. O dólar futuro cedia 0,22 por cento.
"O governo tenta votar o tema (reforma previdenciária) na semana que vem em meio a protestos... A Câmara tem apenas três semanas para tentar aprovar, além da reforma da Previdência, as MPs mais urgentes", afirmou a Correparti Corretora em relatório. Oficialmente, o Congresso trabalha até dia 22 de dezembro, para depois entrar em recesso.
Em busca de pistas sobre o andamento das negociações, os investidores devem acompanhar nesta segunda-feira evento em são Paulo que contará com a presença do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que defende a reforma.
Na semana passada, o parlamentar admitiu que o tempo de votação do texto é curto, mas apelou aos deputados para que aproveitem a "janela de oportunidade" neste ano sob o risco de prejudicar a recuperação econômica do país.
Apesar das incertezas que ainda rondam a possibilidade de votação da reforma, o dólar, por ora, deve continuar operando mais fraco.
"O dólar deve continuar sua trajetória de queda, flertando com os 3,20 reais nos próximos dias. Entretanto, quaisquer notícias negativas em relação ao andamento da reforma da Previdência podem trazer pressão pontual à moeda", destacou a Correparti.
O recuo da moeda nesta sessão era influenciado pela sua trajetória no exterior, onde perdia ante uma cesta de moedas e também ante divisas de países emergentes, como o rand sul-africano e o peso mexicano.
O dólar mostrava fraqueza uma vez que a inflação persistentemente fraca nos Estados Unidos é vista como um problema para novas altas dos juros pelo Federal Reserve, banco central dos EUA.