PEQUIM (Reuters) - A China está disposta a dar toda a ajuda que puder à Venezuela, disse o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, nesta sexta-feira, mas a mídia estatal não mencionou novos recursos chineses para o país sul-americano.
Maduro está passando quatro dias na China para debater acordos econômicos, e o país-membro da Opep, que está em crise, tenta persuadir seu principal financiador asiático a desembolsar novos empréstimos.
Li disse a Maduro que a China apoia os esforços da Venezuela para desenvolver sua economia e melhorar o padrão de vida das pessoas, e está disposta a dar toda a ajuda que puder, noticiou a televisão estatal chinesa, sem dar detalhes.
A China também está disposta a continuar desenvolvendo negócios e trocas comerciais e espera que a Venezuela consiga oferecer mais "apoio institucional e garantias legais", acrescentou Li.
Em um encontro separado com o presidente chinês, Xi Jinping, Maduro agradeceu à China por sua compreensão e seu apoio de longo prazo, disse a mídia chinesa.
A Venezuela está disposta a "explorar métodos de financiamento eficazes" com a China e fortalecer a cooperação com o parceiro no setor energético, acrescentou Maduro, segundo a mídia estatal, sem dar detalhes.
Xi disse a Maduro que os dois países deveriam promover uma cooperação mutuamente benéfica para levar as relações a um novo patamar, e que deveriam consolidar a confiança política mútua, de acordo com a TV estatal.
A China apoiará, como antes, os esforços do governo venezuelano para buscar a estabilidade e o desenvolvimento, acrescentou Xi.
A reportagem não fez menção sobre a China ter concordado em providenciar novos fundos à Venezuela.
Durante uma década a China injetou mais de 50 bilhões de dólares na Venezuela por meio de acordos de petróleo em troca de empréstimos que ajudaram Pequim a garantir suprimentos de energia para sua economia de crescimento rápido, ao mesmo tempo em que fortalecia um aliado anti-EUA na América Latina.
Mas o fluxo de dinheiro parou quase três anos atrás, quando a Venezuela pediu uma mudança nos termos de pagamento devido à queda nos preços do petróleo e à diminuição da produção de petróleo do país, fatores que lançaram a economia de controle estatal em uma crise marcada pela hiperinflação.
Em julho o Ministério das Finanças venezuelano disse que receberia 250 milhões de dólares do Banco de Desenvolvimento da China para fortalecer sua produção petrolífera, mas não deu detalhes.
(Por Ben Blanchard, Cheng Fang e Chen Aizhu)