Por Stephen Kalin
RIAD (Reuters) - O procurador-geral da Arábia Saudita quer a pena de morte para cinco dos 11 suspeitos acusados do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, um caso que estremeceu os laços do reino com aliados ocidentais cruciais, disse seu escritório nesta quinta-feira.
Khashoggi, um crítico destacado da política saudita, foi morto com uma injeção letal no consulado do país em Istambul em 2 de outubro após uma luta, e seu corpo foi esquartejado e retirado do edifício, disse o vice-procurador-geral e porta-voz Shaalan al-Shaalan aos repórteres.
Ele afirmou que o colunista do Washington Post foi morto depois que "negociações" para sua volta ao reino fracassaram e que a pessoa que ordenou o assassinato é o chefe da equipe de negociação enviada para repatriar Khashoggi.
Segundo ele, o paradeiro do corpo de Khashoggi continua desconhecido.
Riad ofereceu várias explicações contraditórias para o desaparecimento de Khashoggi até admitir que ele morreu durante uma operação ilegal, o que causou revolta global, expôs o reino a possíveis sanções e maculou a imagem do príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman.
Autoridades turcas acusaram o príncipe Mohammed de ordenar o assassinato, com o presidente Tayyip Erdogan dizendo que o crime foi ordenado pelos "níveis mais altos" do governo saudita. Já o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, insinuou que a responsabilidade final recai sobre o príncipe por ele ser o governante de fato do país.
(Reportagem adicional de Maha El Dahan e Asma Al Sharif em Dubai)