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Recessão da zona do euro piora em 2013 e crescimento só virá ano que vem

Publicado 03.05.2013, 11:35
Atualizado 03.05.2013, 11:42

(Corrige primeiro parágrafo).

Elena Moreno.

Bruxelas, 3 mai (EFE).- A recessão da economia da zona do euro em 2013 será pior do que a esperada, segundo os dados divulgados nesta sexta-feira pela Comissão Europeia, que prevê uma contração do PIB de 0,4% para este ano.

Em 2014, no entanto, a economia da região registrará um crescimento de 1,2%. Os altos níveis de desemprego e os déficits excessivos em alguns dos Estados-membros da eurozona são duas das principais preocupações do vice-presidente da comissão e responsável de Assuntos Econômicos e Monetários do bloco europeu, Olli Rehn, que recomendou novamente uma intensificação das reformas estruturais para desbloquear o crescimento na Europa".

Há pouco mais de dois meses, Bruxelas previu que a economia dos dezessete países da eurozona, em seu terceiro ano de recessão, se contrairia 0,3% em 2013, e que o Produto Interno Bruto (PIB) de 2014 seria de 1,4%.

Para o conjunto da União Europeia (UE), para este ano se prevê uma contração de 0,1% e uma expansão de 1,4% do PIB para 2014.

Ao todo, 16 dos 27 membros da UE terão neste ano crescimento positivo, enquanto apenas sete dos 17 que compartilham o euro apresentarão expansão.

"O desemprego é insuportavelmente alto", disse Rehn, que ressaltou que todas as instituições comunitárias têm que contribuir para reduzi-lo. O vice-presidente da comissão disse ainda que os países nos quais este indicador é alto precisam enfrentar "seus próprios desafios".

Segundo as novas projeções, nos países do euro o desemprego subirá para 12,2% este ano e descerá até 12,1% em 2014, enquanto para os 27 ficará em 11,1% nos dois anos.

Bruxelas lembrou também que o elevadíssimo desemprego de algum dos países "pode afetar a coesão social e ser durável se não forem adotadas mais reformas".

Rehn disse que existe um enorme disparidade entre os países da eurozona em relação ao desemprego e apontou os casos da Áustria e Alemanha, que apresentam índices de 4,7% e 5,4%, respectivamente, enquanto em outras nações, como Espanha e Grécia, a taxa é de cerca de 27%.

"É preciso fazer todo o possível para superar a crise do desemprego na Europa", pediu Rehn, para quem apesar das melhoras apresentadas na maioria das economias em relação à profunda recessão de 2012, ainda vai demorar muito para estes efeitos serem sentidos no mercado de trabalho.

Os economistas da Comissão Europeia apontam que os dados "sugerem a curto prazo uma posterior deterioração da situação do mercado de trabalho", o que repercutirá em uma diminuição do consumo privado.

"A reação do emprego à queda do PIB se observou mais próxima agora que entre 2008 e 2010", assinalou o documento. O relatório também afirmou que o "número crescente de desempregados de longo prazo e o aumento das discordâncias no mercado de trabalho preveem perspectivas ruins para o emprego a médio prazo".

"Infelizmente, ainda não vemos a situação se modificando", disse Rehn. O vice-presidente explicou que o impacto habitual sobre o emprego "costuma ser sentido um ano mais tarde".

A comissão prevê que a inflação da zona do euro termine este ano em 1,6% e desça para 1,5% em 2014, enquanto para a UE a taxa será de 1,8% e de 1,7%, respectivamente.

Em relação à situação dos mercados financeiros, Rehn disse que apesar da melhora e da queda dos juros em toda a UE "isto ainda não foi sentido na economia real".

Rehn reconheceu que nesse sentido só existem "sinais tímidos" e que "as empresas das economias vulneráveis seguem enfrentando condições restritivas de crédito".

Sobre os processos de consolidação fiscal, o vice-presidente da comissão disse que "continuam, mas em um ritmo menor", e apontou que os déficits fiscais cairão até 3,4% para os 27 membros da UE e para 2,9% entre os países da eurozona.

Diante da profundidade da recessão, Rehn considerou "razoável" ampliar em dois anos os respectivos prazos de redução de déficit fiscal para a França e Espanha, dois dos sócios mais importantes da eurozona, que agora dispõem até 2015 e 2016 para conseguir o objetivo do teto máximo de 3% do Pacto de Estabilidade e Crescimento.

As previsões da comissão foram criticadas no Parlamento Europeu, onde o líder dos socialistas e democratas, o austríaco Hannes Swoboda, disse que os dados provam que "a austeridade está matando a economia da Europa".

Swoboda pediu uma reavaliação completa das políticas econômicas europeias para fomentar o emprego e disse que para isso "é preciso se investir em crescimento sustentável e não ficar obsessivo com reduções do déficit". EFE

emm/dk

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