Por Eduardo Simões
SÃO PAULO (Reuters) - A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, disse neste sábado que PT e PSDB estão "tremendo de medo" com sua candidatura e afirmou que é o candidato do PSDB, Aécio Neves, quem deveria se preocupar com as pesquisas eleitorais.
Marina deu entrevista coletiva em seu comitê de campanha em São Paulo ao lado de seu candidato a vice, Beto Albuquerque, e de lideranças do PSB, da Rede Sustentabilidade e de partidos que apoiam sua candidatura ao Planalto.
"Eu nunca imaginei que eles (PT e PSDB) fossem se juntar. Eles gostam tanto da polarização, já se acostumaram tanto a fazer o plebiscito que pela primeira vez na história desse país o PT e o PSDB estão juntos na mesma artilharia nos combatendo", disse a candidata a jornalistas. "Os dois maiores partidos e seus auxiliares estão tremendo de medo."
A cerca de uma semana do primeiro turno da eleição, as pesquisas têm apontado queda de Marina e aumento da vantagem da candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff. Na simulação de segundo turno, a disputa entre ambas permanece acirrada, mas Dilma assumiu a liderança numérica contra a candidata do PSB.
Aécio tem comemorado as pesquisas, que apontam variação positiva de suas intenções de voto dentro da margem de erro e, neste sábado em evento em Osasco, alfinetou Dilma e Marina afirmando não querer na Presidência "nem o PT que está aí, nem o PT renovado", em uma referência aos mais de 20 anos que Marina foi integrante do PT.
"Talvez o melhor fosse o Aécio se preocupar com o PSDB envelhecido", rebateu a candidata do PSB.
Marina disse que a pesquisa "definitiva" é a do dia 5 de outubro, data do primeiro turno das eleições, e afirmou que o tucano deveria estar preocupado com as pesquisas, já que antes os presidenciáveis tucanos disputavam a primeira posição e agora ele está disputando a segunda.
"Eu dizia isso em 2010 (sobre a quebra da polarização PT-PSDB) e muita gente ficava descrente. Aconteceu, virou manchete", brincou a ex-senadora.
"A nossa candidatura é uma candidatura ascendente e a sociedade brasileira sabe isso. Tanto a Dilma quanto o Aécio sabem disso. E nós já sabemos qual é a candidatura descendente, que não disputa o primeiro lugar. Disputa o segundo lugar. Está disputando o segundo lugar há 12 anos", disparou.