Nova York, 27 dez (EFE).- Ao redor de cem entidades bancárias que receberam ajuda do Governo americano durante a crise financeira correm o risco de entrar em situação de quebra, aponta um estudo elaborado e divulgado nesta segunda-feira pelo "The Wall Street Journal".
A partir de uma análise dos resultados financeiros relativos ao terceiro trimestre dos bancos atendidos pelos fundos de resgate, o jornal afirma que 98 entidades estão em condições "delicadas" e a continuidade de seus negócios está sob risco.
Esses bancos refletem "erosão de seus níveis de capital, um acúmulo de empréstimos de alto risco e advertências das entidades reguladoras", detalha a publicação, que afirma que essas instituições receberam US$ 4,2 bilhões do programa de ajuda aprovado em 2008 durante o Governo de George W. Bush.
O plano foi aprovado pelo Congresso dos Estados Unidos para injetar capital nas entidades financeiras cuja solvência estava sob risco pelo elevado acúmulo de ativos tóxicos, como as hipotecas de alto risco.
A maior parte das entidades que está em perigo de entrar em situação de quebra é pequena e está "abalada por empréstimos que talvez não consigam honrar", diz o diário.
Em média, as injeções que as entidades receberam do Governo americano foi de US$ 10 milhões cada uma.
Os bancos acumulam problemas como um ratio de recursos próprios de qualidade ("Tier 1") inferior a 6%, o que se considera mínimo para um banco "bem capitalizado", mais de 10% de seus créditos são "empréstimos não produtivos" (que acumulam vários meses de falta de pagamentos) e as autoridades reivindicaram que aumentem seu capital.
O estudo afirma que apesar de o plano de resgate ser dirigido aos bancos saudáveis (financeramente), "o alcance dos problemas que têm hoje em dia estas instituições sugere que um bom número delas está em estado lamentável desde o início".
Esse mesmo jornal realizou um estudo similar no segundo trimestre deste ano no qual detectou 86 entidades em situação "delicada", embora até agora só sete bancos tenham declarado falência desde a implementação do plano de ajuda há dois anos.
Em meados deste mês, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, defendeu o êxito do programa de resgate financeiro e afirmou que "este ficará na história como um dos programas de resposta a crise mais efetivos". EFE