Por Leika Kihara
TÓQUIO (Reuters) - Os aumentos dos preços no Japão levou algumas autoridades do banco central do país a alertar no mês passado que a inflação pode superar as expectativas, destacando o desafio que o presidente da instituição, Haruhiko Kuroda, enfrenta ao justificar juros ultrabaixos.
Um membro da diretoria chegou a dizer que o Banco do Japão precisa comunicar uma estratégia de saída da política monetária ultraflexível, mostrou um resumo das opiniões na reunião de setembro.
Embora muitas opiniões tenham pedido a necessidade de manter a política monetária ultrafrouxa para apoiar a economia frágil, os comentários destacam uma mudança gradual no equilíbrio da diretoria do banco, antes dominada por defensores da flexibilização agressiva.
"Existe o risco de que a inflação ao consumidor se desvie significativamente do nosso cenário de referência, em parte devido ao impacto dos movimentos da taxa de câmbio. Isso precisa ser examinado com humildade e sem preconceitos", disse um membro da diretoria no resumo, divulgado nesta segunda-feira.
Na reunião de 21 a 22 de setembro, o banco central manteve a taxa de juros ultrabaixa e sua orientação de manter a política monetária ultrafrouxa até que a inflação atinja de forma estável sua meta de 2%.
O Banco do Japão continua a ser uma exceção entre uma onda global de bancos centrais que apertam a política monetária para combater a inflação crescente, que levou o iene a mínimas de 24 anos em relação ao dólar.
(Reportagem de Leika Kihara)