FRANKFURT (Reuters) - O Banco Central Europeu (BCE)está comprometido em sustentar a economia da zona do euro em meio à pandemia de coronavírus, usando as compras de títulos como principal ferramenta, disse o economista-chefe Philip Lane nesta terça-feira.
Os comentários de Lane devem aumentar as expectativas do mercado de que o BCE ampliará o Programa de Compra de Emergência Pandêmica (PEPP) de 1,35 trilhão de euros já em setembro, quando o banco central atualizará suas previsões econômicas.
Ele minimizou uma recuperação recente dos dados econômicos, alertando que uma recuperação completa levará muito tempo e exigirá estímulo do BCE e dos governos para compensar o declínio da renda das famílias e a destruição de empregos.
"Embora tenha havido alguma recuperação na atividade econômica, o nível de fraqueza econômica continua extraordinariamente elevado e as perspectivas são altamente incertas", disse Lane em um post no blog. "Da nossa parte, o BCE está comprometido em fornecer o estímulo monetário necessário."
A publicação de Lane rompeu o silêncio do BCE sobre questões de política monetária desde a última conferência de imprensa da presidente Christine Lagarde, em 16 de julho. Desde então, indicadores continuaram apontando uma recuperação após um tombo recorde no segundo trimestre do ano.
Mas um aumento nos novos casos de coronavírus nos Estados Unidos ajudou a elevar o euro (EUR=) a uma máxima desde meados de 2018 em relação ao dólar, a 1,1908 dólar, uma desvantagem para a zona do euro, que depende de exportações.
Isso alimentou a especulação do mercado de um aumento no PEPP, que foi ampliado e prorrogado em junho.
Lane disse que qualquer mudança no esquema, atualmente a principal ferramenta no arsenal do BCE, dependerá das perspectivas de inflação.
"O envelope geral das compras do PEPP é um fator essencial para a postura de política monetária do BCE", disse Lane. "As perspectivas da inflação desempenham o papel central na determinação de uma postura monetária apropriada."
(Reportagem de Francesco Canepa)