Frankfurt (Alemanha), 12 jan (EFE).- O Conselho do Banco Central Europeu (BCE) manteve nesta quinta-feira as taxas de juros em 1% e vai esperar para ver o efeito das medidas que aplicou até agora contra a crise de endividamento da zona do euro.
Em Frankfurt, o BCE informou que deixou inalterada a facilidade marginal de crédito pela qual empresta dinheiro aos bancos pelo período de dia, em 1,75%, e a facilidade de depósito, que remunera os depósitos overnight nos bancos centrais nacionais em 0,25%.
O sucesso das emissões de dívida feitas pela Espanha e Itália contribuiu para impulsionar o euro para US$ 1,28 na sessão.
A previsão do BCE é que a economia da zona do euro se contraia em alguns momentos ao longo deste ano, mas de forma moderada e até o fim do ano alcance estabilidade.
Alguns especialistas consideraram que a elevada demanda pela dívida espanhola foi consequência de os bancos espanhóis terem liquidez para três anos por causa do empréstimo concedido pelo BCE no fim de dezembro.
Até agora os bancos da zona do euro haviam optado por depositar a liquidez no BCE, apesar de a remuneração ser somente de 0,25%.
Os depósitos para um dia dos bancos no BCE registraram até 10 de janeiro quatro picos máximos consecutivos, mas ontem desceram para os 470,6 bilhões de euros.
A entidade monetária europeia emprestou no fim de dezembro a 523 bancos quase 489,1 bilhões de euros.
Presidido agora pelo italiano Mario Draghi, o BCE cortou a taxa de juros reitora em novembro e dezembro, passando para 1%, o nível mínimo histórico ao qual já atingiu entre maio de 2009 e abril de 2011.
O primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, espera que o BCE se envolva mais na luta contra a crise de endividamento soberano da zona do euro.
A agência de medição de risco Fitch considera que o BCE deve intervir mais e que tem margem para aumentar o balanço (em referência à compra de dívida soberana) sem elevar a inflação.
O Banco da Inglaterra manteve nesta quinta-feira o mínimo histórico de 0,5% as taxas de juros no Reino Unido.
O instituto alemão de pesquisa econômica Ifo, o de estatística francês Insee e o italiano Isae consideram que a economia dos países que compartilham o euro entrou em recessão no último trimestre de 2011 e que manterá a contração no primeiro trimestre de 2012, mas ficará estagnada no segundo trimestre. EFE