Berlim, 9 fev (EFE).- O Festival de Berlim começou nesta quinta-feira exaltando a Queda da Bastilha, a mãe de todas as revoluções, em uma versão mais "light", sexy e com Diane Kruger no papel de Maria Antonieta.
"Les Adieux à Reine", de Benoît Jacquot, abriu a exibição dos 18 candidatos ao Urso centrado na "rainha Diane Kruger", embora seja apresentado sob o olhar da súbdita Sidonie, interpretada por Léa Seydoux.
"Minha Maria Antonieta não é uma rainha terrível, tirânica e vazia. É uma mulher perdida, que não sabe em que direção fugir", afirmou Diane, que acrescentou que também não vê sua personagem como uma caprichosa lésbica, apesar do filme de Jacquot mostrar isso.
Em julho de 1789 ainda não havia blogueiros, mas a Queda da Bastilha correu como pólvora. "Isso porque, o relevante para uma revolução não é seu canal de difusão, mas o polvorim social criado por déspotas que se acham inexpugnável", resumiu Jacquot.
Segundo o diretor, a crise na Europa e os abismos sociais do resto do mundo são motivos para novas explosões, com ou sem exclusão digital entre sua população.
"Les Adieux à Reine" se apresentou mais sexy que trepidante, o que acaba contrariando uma postura adotada pelo diretor do Berlinale, Dieter Kosslick, que resolveu falar de todas as revoluções.
Kosslick incluiu essa temática em todas as seções do festival, que deverá apresentar 400 filmes, para exaltar e recompensar o cinema mais comprometido, assim como explicaram os integrantes do júri, presidido pelo diretor britânico Mike Leigh.
Além do cineasta britânico, o corpo de jurados do festival também contará com a atriz francesa Charlotte Gainsbourg e a alemã Barbara Sukowa, assim como o ator americano Jake Gyllenhaal. O diretor iraniano Asghar Farhadi - Urso de Ouro de 2011 com "A Separação" -, o francês François Ozon e o escritor argelino Boualem Sansal completam esse grupo.
"A revolução francesa foi a mãe de todas as revoluções. Nós, seus filhos, devemos preservar esse espírito", disse Sansal na apresentação do júri do Berlinale, que será realizado na capital alemã até o próximo dia 19. EFE