Washington, 16 mai (EFE).- A cota de investimento global nos países em desenvolvimento se triplicará até o ano de 2030 devido ao crescimento da Ásia Oriental e da América Latina, apontou o relatório "Horizontes de Desenvolvimento Global" do Banco Mundial (BM) divulgado nesta quinta-feira.
Na atualidade, a porcentagem de investimento nos países em desenvolvimento é de menos de um terço do global. Segundo o organismo internacional, os investidores mundiais, em especial, buscarão China e Índia, que, de acordo com os calculos do relatório, poderão representar conjuntamente aproximadamente 38% do investimento global em 2030.
"Sabemos da experiência em países tão diversos, como Coreia do Sul, Indonésia, Brasil, Turquia e África do Sul, do papel fundamental que o investimento gera no desenvolvimento de um crescimento sustentável", indicou Kaushik Basu, vice-presidente e economista-chefe do BM.
Kaushik também acrescentou que esta tendência mudará "o panorama econômico mundial", já que, "em menos de uma geração, o investimento global estará dominado pelos países em desenvolvimento".
O estudo do BM se baseia na análise dos padrões de investimento e na provável evolução dos fluxos de capital e economia.
Em um dos cenários contemplados, a China poderia representar 30% do investimento global 2030, seguida pelo Brasil, Índia e Rússia, que representariam outros 13%. Os Estados Unidos, por sua vez, ostentaria apenas 11%.
Os investimentos no mundo em desenvolvimento serão então de US$ 15 trilhões, frente aos US$ 10 trilhões das economias avançadas.
No entanto, Maurizo Bussolo, um dos autores do relatório, afirmou que, apesar do crescente papel dos países em desenvolvimento, isto não significa uma melhora na redistribuição de renda dentro desses países.
"Apesar da riqueza ser distribuída mais equitativamente entre os países, isto não implica que dentro dos países em desenvolvimento todo mundo vá ser igualmente beneficiado", declarou Bussolo.
Estes cálculos estão baseados em um crescimento de 2,6% a 3% ao ano, por parte das economias desenvolvidas, e de 4,8% a 5,5%, nas economias em desenvolvimento. EFE