Tóquio, 7 mar (EFE).- A junta de política monetária do Banco do Japão (BOJ) decidiu nesta quinta-feira manter as taxas de juros entre 0% e 0,1% e melhorou ligeiramente suas perspectivas para a economia japonesa, que, assegura, "deixou de debilitar-se".
Ao término de sua reunião mensal de dois dias, a entidade também não anunciou a ativação de novas medidas de flexibilização.
Segundo o comunicado publicado após o encontro, as exportações, que compõem quase 40% do PIB, "deixaram de debilitar-se" ao compasso dos sinais de recuperação que começam a ser notadas nas economias estrangeiras afetadas pela desaceleração global.
O investimento público, assinala o BOJ, "seguiu incrementando-se", enquanto o consumo privado, o outro pilar da economia japonesa, "se mostrou resistente", ao tempo que a produção industrial "deixou de retroceder".
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), ressaltou, se mantém em torno de 0%.
O BOJ, que em janeiro elevou seu objetivo inflacionário para 2%, reconhece que a taxa de inflação "aumentará com os esforços de uma ampla gama de entidades na busca por competitividade e pelo maior progresso no potencial de crescimento do Japão".
A entidade admitiu que levará "um tempo considerável até que os efeitos da política monetária calem na economia", e que continuará com uma "flexibilização monetária agressiva" para alcançar seu objetivo de acabar com a deflação.
O organismo espera que a economia japonesa se mantenha "estável" antes de "retornar ao caminho da recuperação moderada" graças à resistência do consumo privado e aos sinais de recuperação no cenário exterior.
No entanto, alertou sobre o "alto grau de incerteza" que ainda paira sobre a economia japonesa, sobretudo pela crise de dívida na zona do euro, a "suave transição" de algumas economias emergentes rumo ao crescimento sustentado e os efeitos negativos da tensão territorial entre China e Japão.
Essa foi a última reunião presidida pelo atual governador da entidade, Masaaki Shirakawa, que deverá ser substituído por Haruhiko Kuroda, partidário de medidas de estímulo mais agressivas. EFE