Washington, 13 mai (EFE).- A British Petroleum (BP) acerta nesta
quinta-feira os detalhes para instalar uma nova caixa sobre o
vazamento de petróleo no Golfo do México em meio a crescentes sinais
de negligência da empresa nos dias que antecederam o acidente.
A caixa, de tamanho menor que a estrutura inicial que a empresa
tentou instalar sem sucesso na semana passada, já está no fundo do
mar à espera de ser colocada sobre o principal ponto de fuga de
petróleo.
A presença de gás cristalizado na estrutura inicial tapou o duto
pelo qual tinha que ser transportado o petróleo para um navio na
superfície.
A companhia acredita que a nova caixa, que se ajustará melhor
sobre a fuga dificultando a entrada de água gelada que permite a
cristalização do gás, evite os problemas registrados durante a
primeira tentativa.
A corrida contra o relógio da BP para conter o vazamento, que
começou no dia 20 de abril após a explosão da plataforma operada
pela companhia, coincide com a divulgação de um número crescente de
provas que apontam que houve falta de rigor na segurança antes do
acidente.
O "The Wall Street Journal" informou na quarta-feira que a
companhia decidiu finalizar o trabalho na plataforma Deepwater
Horizon em abril, apesar de as provas indicarem que tinha sido
filtrado gás combustível no poço.
Além disso, um congressista americano afirmou na quarta-feira que
a BP conhecia os problemas no dispositivo para deter o fluxo de
petróleo antes da explosão da plataforma que iniciou o derramamento.
Segundo Bart Stupak, chefe da subcomissão de Supervisão e
Investigações da Câmara de Representantes, o mecanismo desenhado
para impedir explosões (BOP, na sigla em inglês) tinha um vazamento
em seu sistema hidráulico.
Stupak afirmou durante a segunda sessão de audiências sobre o
vazamento no Congresso que os investigadores da subcomissão também
determinaram que o dispositivo para impedir uma explosão na
plataforma tinha sido modificado, o que impediu que fosse colocado
em funcionamento.
"A segurança de toda a operação se apoiava no funcionamento de um
mecanismo aparentemente defeituoso", afirmou o legislador. EFE