Rio de Janeiro, 27 fev (EFE).- O Brasil, que no ano passado obteve um superávit primário abaixo da meta imposta pelo Governo, começou o ano de 2013 com uma economia recorde nas contas públicas, informou nesta quarta-feira o Banco Central.
As rendas no setor público brasileiro superaram as despesas em R$ 30,2 bilhões em janeiro de 2013, sendo que o Governo alcançou o maior superávit fiscal mensal em sua história, segundo os dados divulgados pelo órgão emissor.
A economia obtida em janeiro foi maior que a de setembro de 2010 (R$ 28,1 bilhões), que até então era a maior registrada em um mês.
O superávit de janeiro superou em 16,28% o do mesmo mês do ano passado (R$ 26 bilhões) e em 35,95% o de dezembro de 2012 (R$ 22,2 bilhões).
O que contribuiu especialmente para a economia recorde foi a arrecadação de impostos registrada pelo Governo Federal em janeiro (R$ 116 bilhões), que também foi recorde.
O superávit fiscal primário é a diferença entre as receitas e as despesas do setor público, incluindo estatais, Governos regionais e municipais, sem levar em conta o destinado ao pagamento de juros de dívida.
O Brasil utiliza o superávit primário como referência de suas contas públicas e de seu compromisso de gerar economia para responder pelo pagamento de suas dívidas e dos juros de dívida.
O país tinha terminado 2012 com um superávit primário de R$ 52,5 bilhões, menor ao de 2011 e 24,9% inferior à meta imposta para o ano.
O superávit de janeiro foi suficiente para cobrir todas as despesas do país por juros de dívidas (R$ 22,6 bilhões), e o país conseguiu obter no primeiro mês de 2013 um superávit nominal, formado pelo resultado primário e as despesas com juros, de R$ 7,6 bilhões, o terceiro maior da história.
Como a meta de superávit primário para este ano é de R$ 155,9 bilhões, o Brasil alcançou em apenas um mês 19,4% de todo a economia que se espera para o ano.
"O resultado de janeiro foi muito bom. Tivemos um aumento significativo da arrecadação corrente. A perspectiva de atividade econômica em 2013, além disso, mostra um cenário mais propício em termos fiscais", afirmou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel. EFE