Londres, 18 fev (EFE).- O primeiro-ministro do Reino Unido,
Gordon Brown, afirmou hoje que os habitantes das Malvinas estão
protegidos e disse que a nação tem direito de prospectar petróleo em
águas das ilhas.
Em uma conversa com ouvintes da "Real Rádio", emissora da
Inglaterra, Brown disse que não acredita ser necessário enviar uma
força especial ao Atlântico Sul.
"Tomamos todas as medidas necessárias para assegurar que os
ilhéus das Falkland (como os britânicos chamam as Malvinas) estão
protegidos", assinalou.
Depois da guerra de 1982, que o Reino Unido e a Argentina
travaram pela posse das ilhas, Londres decidiu estabelecer a
presença militar permanente no Atlântico Sul, com quatro navios e 1
mil militares nas Malvinas.
Argentina reivindica a soberania das ilhas desde 1833.
Segundo o primeiro-ministro, o que será feito em águas próximas
às ilhas é uma prospecção de petróleo para o futuro.
"Está perfeitamente dentro de nosso direito fazer isso", afirmou
Brown.
O chefe do Governo respondeu assim à decisão do Governo argentino
de estabelecer novos controles aos navios que passem por suas águas
com destino às ilhas, depois dos planos britânicos de autorizar a
prospecção de petróleo.
Mas o responsável "tory" de Exteriores, William Hague, admitiu o
contrário e revelou que essa presença reforçada poderia consistir
"em uma embarcação (da Marinha britânica) visitar (a região) mais
regularmente a região", em declarações à emissora "Rádio 4" da
"BBC".
"Uma das coisas que falharam nos anos 80 é que os argentinos
acreditaram que não estávamos realmente comprometidos com a defesa
das ilhas. Portanto, não devemos cometer o mesmo erro", advertiu o
próximo ministro britânico de Exteriores se os "tories" vencerem as
eleições gerais deste ano.
Uma maior presença militar britânica ali "mostraria claramente à
Argentina, com quem temos relações amistosas, que vamos ser firmes
nesse ponto. Enviaria um sinal para que (os argentinos) não
interpretem mal as intenções britânicas", disse Hague.
Nesta quinta-feira, o jornal "The Sun" afirmou que o Reino Unido
enviou "em segredo" dois navios de guerra para reforçar a defesa
naval das Malvinas e em breve chegará outro à região, fato negado
por um porta-voz de Defesa.
O ministro britânico de Assuntos Exteriores desprezou o decreto
da presidente argentina, Cristina Fernández de Kirchner, relativo
aos navios que entram em águas argentinas, que, segundo a Argentina,
incluem toda a plataforma continental do Atlântico Sul.
O presidente do grupo parlamentar responsável pelas Malvinas,
Nicholas Winterton, classificou o decreto da presidente argentina de
"patético e inútil" já que a Argentina precisa de jurisdição sobre
as águas em torno das Malvinas. EFE