Berlim, 19 jul (EFE).- Uma das obras mais valiosas do Museu
Egípcio de Berlim, a cabeça da faraó Hatshepsut, poderia ser uma
falsificação, segundo um relatório da Universidade Técnica de
Berlim, que, com isso, alimenta uma suspeita que circula há muito
tempo entre os especialistas.
Segundo o documento, cuja existência é notícia da revista alemã
"Der Spiegel" em sua edição de amanhã, há indícios de que a
escultura egípcia não é de "rocha pardusca", como se descreve nos
catálogos, mas de um material até agora desconhecido em esculturas
do Nilo.
Nos exames foi encontrada uma substância que poderia ser
caracterizada como "sintética", algo que na indústria da construção
é usada como argamassa.
Filha de Tutmósis I, esposa de Tutmósis I II e madrasta de
Tutmósis I III, Hatshepsut foi a rainha que governou durante mais
tempo (1502-1482 a.C.) no Antigo Egito.
Na época em que foi comprada a múmia da rainha, o então diretor
do museu Jürgen Settgast se limitou a dizer que tinha sido adquirida
de um "comerciante de obras da Antiguidade inglês".
Mais à frente outro diretor do museu revelou o nome do vendedor,
o comerciante de antiguidades britânico Robin Symes.
Segundo Wildung, durante muito tempo este tinha sido "um dos
comerciantes mais reputados de Londres", mas acabou em 2005 atrás
das grades por ter vendido obras falsificadas. EFE