Washington, 1 jun (EFE).- A Câmara de Comércio dos Estados
Unidos, a maior associação empresarial do país, pediu hoje ao
Governo que não se intrometa nas decisões comerciais da General
Motors (GM), enquanto a Ford exigiu que o Executivo não beneficie
indevidamente a montadora automobilística concorrente.
Thomas Donohue, presidente da associação, advertiu de que se os
interesses políticos começarem a influenciar na gestão da General
Motors, que pediu concordata hoje, a empresa "não voltará a ser
rentável".
Já a Ford, a única grande fabricante americana que não está em
vias de falências, pediu ao Governo que "não mude a dinâmica
competitiva do setor e que não dê tratamento preferencial" por ser
acionista majoritário da GM.
A Administração de Barack Obama ofereceu US$ 30,1 bilhões para
ajudar a General Motors a reestruturar as operações e sair da
quebra.
A Câmara de Comércio repercutiu um artigo publicado hoje pelo
jornal "The Washington Post" que afirmava que o Governo obrigou a
Magna, que assumirá o controle das operações da General Motors na
Europa sob a marca Opel, a se comprometer a não vender automóveis
nos Estados Unidos e, pelo menos temporariamente, na China.
O Departamento do Tesouro rebateu e disse que a reportagem é
"incorreta" e que o Governo apoia "o livre mercado".
Mesmo assim, a Câmara de Comércio denunciou as supostas pressões
como "exemplos claros de manipulação do mercado e protecionismo".
A associação também criticou os sindicatos por supostamente
tentar influir nas decisões da gerência da General Motors, e pôs
como exemplo a insistência em que a empresa fabrique automóveis
menores.
"Lutaremos contra qualquer influência contraproducente do
Governo, dos sindicatos ou dos políticos sobre decisões que deveriam
ser deixadas à gerência, e insistiremos continuamente em que o
Governo reduza e elimine sua participação (nas empresas) o mais
rápido possível", afirmou Donohue.
Obama tentou aplacar essas inquietações em um discurso hoje, no
qual disse que o Governo controlará a GM só de forma temporária e
sairá do conjunto de acionistas "rapidamente". EFE