Washington, 19 jul (EFE).- A Câmara de Representantes dos Estados Unidos aprovou nesta terça-feira por estreita margem uma medida proposta pelos republicanos que aumentaria o limite da dívida nacional em US$ 2,4 trilhões, em troca de maiores cortes fiscais.
O projeto, porém, tem poucas chances de prosperar no Senado, Casa que tem maioria democrata.
Com 234 votos a favor e 190 contra, a votação sobre o projeto de lei para "cortar, controlar, limitar" era antes de tudo simbólica, e tinha o objetivo de mostrar a influência dos republicanos e desafiar o presidente Barack Obama, que ameaçou vetá-la.
A medida, impulsionada pelo movimento conservador "Tea Party", também condiciona o aumento do teto da dívida nacional a uma emenda constitucional para exigir um orçamento equilibrado.
A iniciativa foi votada quando restam 14 dias para que os Estados Unidos fiquem sem fundos para cumprir com todas as suas obrigações, embora tanto o Congresso quanto a Casa Branca trabalhem contra o relógio para impedir uma moratória.
"Estamos na última hora e não nos resta muito mais tempo. Não podemos nos limitar a gestos simbólicos", disse Obama em entrevista coletiva anterior à votação.
O chamado "Grupo dos Seis", composto por três senadores democratas e três republicanos, propôs nesta terça-feira uma redução de US$ 3,7 trilhões que inclui cortes nos gastos públicos e receita adicional através de impostos.
Obama imediatamente elogiou a proposta, dizendo ser uma "passagem significativa" para obter um acordo que permita aos EUA elevar o limite de endividamento de US$ 14,29 trilhões antes de 2 de agosto, quando, segundo o Tesouro, ficará sem fundos.
O presidente americano assinalou que o plano concorda com seu enfoque "bipartidário", e reiterou sua disposição em "assinar um complexo pacote que englobe tanto cortes consideráveis nos programas sociais como um componente adicional de receita".
O novo plano, que abre a possibilidade de um acordo amplo, foi igualmente bem recebido por outros líderes do Congresso.
A origem do confronto que ameaça pôr em dúvida a solvência creditícia dos EUA se encontra na oposição dos republicanos, que controlam a Câmara, a qualquer plano de redução de déficit que implique altas de impostos, algo que Obama e os democratas consideram primordial.
Os republicanos condicionaram todo acordo de elevação do teto do endividamento a agressivos cortes fiscais, mas descartam uma reforma tributária, sob o argumento de que esta danificaria a ainda débil recuperação econômica dos EUA. EFE