São Paulo, 24 set (EFE).- A emissão recorde de ações da Petrobras
tornou a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) a segunda maior do
mundo em valor de mercado, anunciou hoje o presidente da
BM&FBovespa, Edemir Pinto.
"Até ontem éramos a terceira maior bolsa do mundo em valor de
mercado, mas hoje passamos a ser a segunda, com um valor próximo de
R$ 30,4 bilhões", afirmou Pinto em seu discurso na cerimônia em que
a Petrobras formalizou seu histórico lançamento de ações.
Pinto destacou que o atual valor de mercado da Bovespa é quase
25% superior ao das três principais do mundo, que são Nova York,
Londres e o Nasdaq.
A capitalização da Petrobras permitiu à bolsa paulista superar em
valor de mercado a Bolsa Mercantil de Chicago (CME, na sigla em
inglês) e ficar só atrás da Bolsa de Hong Kong, segundo Pinto.
O pregão paulista era o segundo em valor de mercado do mundo
desde março de 2008, quando a Bovespa se fundiu com a Bolsa de
Mercadorias & Futuros (BM&F), também de São Paulo.
A oferta pública de aquisição de ações da Petrobras foi lançada
hoje em um ato na Bolsa de São Paulo, que teve a presença do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e foi referida em todos os
discursos como a maior negociação da história.
A Petrobras emitiu 2,174 bilhões de ações ordinárias e 1,585
bilhão de ações preferenciais por um valor de R$ 115,041 bilhões,
que serão negociadas nas bolsas de São Paulo e Nova York.
Esse montante supera a emissão recorde de US$ 36,8 bilhões feita
pela operadora japonesa de telecomunicações NTT em 1987, até então o
maior lançamento de ações do mundo.
A operação tornou a Petrobras a segunda maior empresa em valor de
mercado entre as companhias de capital aberto de toda América, com
cerca de US$ 220 bilhões, atrás apenas da petrolífera americana
Exxon (US$ 290 bilhões), segundo o ministro da Fazenda, Guido
Mantega.
Pinto qualificou a transação como um "marco para nosso mercado já
que a história da economia brasileira e do mercado mundial de
capitais passa a ser dividida entre antes e depois da capitalização
da Petrobras".
O presidente da BM&FBovespa acrescentou ainda que a operação
"trouxe um volume recorde de recursos para o Brasil e pode abrir uma
nova onda de investimentos no país". EFE