Pequim, 25 fev (EFE).- A China pediu aos Estados Unidos para
falarem e agirem com cautela a respeito da venda de armas a Taiwan,
em uma tentativa de evitar um "maior dano" nas relações entre Pequim
e Washington, informou a agência oficial de notícias "Xinhua".
As declarações foram resposta a um relatório de inteligência
militar americano que afirma que as Forças Aéreas da ilha não estão
equipadas para resistir a um eventual ataque chinês.
Segundo a imprensa local, os especialistas militares chineses
consideram que o fato de os EUA minimizarem a capacidade de combate
aéreo de Taipé é uma fachada para a venda de armas à ilha.
"Qualquer outra venda de armas, especialmente se os EUA vender
aviões de combate F-16 a Taiwan, aumentará as já tensas relações com
a China", disse Tan Kaijia, professor da Universidade de Defesa
Nacional do Exército de Libertação Popular da China.
Na terça-feira passada, o primeiro-ministro taiuanês, Wu Deem-yih
assegurou que Taipé "não abandona seu pedido de 66 aviões de combate
F-16" e acrescentou: "não retrocederemos até que a venda seja
aprovada".
Por outro lado, um porta-voz militar chinês ressaltou hoje que a
posição de Pequim de suspender seus intercâmbios militares com os
EUA em resposta ao plano de Washington de vender armas a Taiwan "não
mudou".
A China decidiu no mês passado suspender os intercâmbios
militares com Washington depois que o Governo dos EUA notificou
perante o Congresso que planejava vender a Taiwan equipamentos
bélicos avaliados em US$ 6,4 bilhões, mas não incluía os aviões F-16
pedidos pela ilha.
Após o anúncio de venda de armas por Washington a Taipé, os
líderes chineses consideram que o Governo americano rompeu sua
promessa.
Em Taiwan, o anúncio foi interpretado como uma reafirmação do
compromisso dos EUA com a defesa da ilha, alinhado com a Ata de
Relações de Taiwan de 1979, contra o poderio militar chinês.
Taipé é um dos maiores motivos de conflito entre EUA e China, já
que Pequim considera a ilha como parte de seu território (apesar de
ela estar autogovernada desde 1949) e exige que Washington pare de
fornecer apoio militar.
O encontro recente do presidente dos Estados Unidos, Barack
Obama, com o Dalai Lama; o conflito da censura do Google na China;
os direitos humanos e a valorização do iuane são outros dos assuntos
que dificultam as relações bilaterais. EFE