Washington, 1 jun (EFE).- A quebra da General Motors (GM) foi
interpretada hoje pela classe política como um "mal necessário" que,
embora doloroso, ajudará na retomada da economia do setor
automotivo.
A GM, uma das chamadas Três Grandes de Detroit junto a Chrysler e
Ford, recorreu hoje em Nova York ao Capítulo 11 da lei de quebras
dos EUA, que dá proteção de seus credores e serve de bolha de
oxigênio para uma reestruturação.
Em um ato na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Barack
Obama, disse que o plano de quebra da GM é "viável", e assegurou que
o controle público da empresa é só temporário.
Ele expressou otimismo sobre o futuro da Chrysler, cuja venda foi
aprovada à empresa italiana Fiat, e assegurou que permitir a
liquidação de ambas as montadoras teria sido um "desastre".
O líder da maioria democrata do Senado, Harry Reid, elogiou a
intervenção do Governo a curto prazo para garantir a sobrevivência
da indústria automotiva, e deixou claro seu compromisso em proteger
"os investimentos dos contribuintes".
A quebra é "um passo necessário para conservar essa indústria
como o pilar de nosso setor manufatureiro", assegurou.
A presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, aplaudiu
o esforço das partes para fazer os sacrifícios necessários para
transformar a GM em uma empresa "viável e mais competitiva".
O senador democrata por Michigan, Carl Levin, disse que o
fechamento de fábricas e a demissão de milhares causarão uma "grande
dor" em seu estado.
Seis das instalações que a GM fechará estão em Michigan, onde têm
sede as Três Grandes de Detroit.
Alguns republicanos, pelo menos em público, foram cautelosos em
sua reação, conscientes do custo político.
Mas o número dois da minoria republicana da Câmara de
Representantes, Eric Cantor, disse se preocupar com o fato de o
acordo da GM ter atropelado os direitos dos acionistas da empresa.
Com o acordo, "foram silenciadas as vozes dessas famílias e
aposentados, e suas economias desapareceram", se queixou Cantor, que
dúvida da viabilidade do plano.
Em março passado, os republicanos John McCain e Richard Shelby
tinham apoiado a quebra da GM como fórmula para a recuperação a
longo prazo, em vez de buscar apoio financeiro de Washington.
Para o defensor dos consumidores e ex-candidato presidencial,
Ralph Nader, a quebra e reestruturação da GM supõe "uma crua e
evitável arma de devastação em massa para trabalhadores,
concessionárias, fornecedores, pequenos negócios e suas devastadas
comunidades". EFE