Rio de Janeiro, 13 ago (EFE).- O volume de vendas do comércio
brasileiro aumentou 4,4% no primeiro semestre do ano em comparação
ao mesmo período de 2008, o que representou o aumento semestral mais
baixo dos últimos cinco anos, informou hoje o IBGE.
O pequeno aumento das vendas no primeiro semestre deste ano
contrasta com a forte expansão de 10,6% registrada entre janeiro e
junho de 2008.
"Apesar do menor crescimento, há uma recuperação, uma tendência
ao crescimento. A crise global afetou o comércio de forma mais
intensa no primeiro trimestre, mas o nível das vendas do setor
continua em seu maior nível histórico", disse o economista Reinaldo
Silva Pereira, coordenador dos estudos sobre serviços e comércio do
IBGE.
Após o lento crescimento das vendas nos três primeiros meses do
ano em consequência da crise econômica global, o desempenho do setor
melhorou no segundo trimestre, impulsionado pelas medidas do Governo
para fazer frente à conjuntura negativa.
Enquanto as vendas subiram 3,7% no período de janeiro a março
frente ao mesmo período do ano passado, essa expansão foi de 5,2%
entre abril e junho.
A redução de impostos para os fabricantes de automóveis,
eletrodomésticos e material de construção permitiu um aumento das
vendas destes setores.
Os analistas do IBGE também atribuíram a melhoria ao aumento do
crédito, que estava retraído em consequência da crise, mas alcançou
um nível recorde no final do semestre e está impulsionando vendas em
setores como móveis, eletrodomésticos e veículos.
As vendas de automóveis em junho cresceram 20,8% em volume frente
ao mesmo mês do ano passado, e as de material de construção caíram
7,8%.
"Temos a percepção de que as atividades que dependem do crédito
começam a melhorar. Inclusive com a redução dos impostos, as vendas
desses setores dependem do crédito", segundo Pereira.
De acordo com o IBGE, os setores que mais aumentaram as vendas no
primeiro semestre foram os de equipamentos para escritório e
informática, com uma alta de 16,7%, artigos farmacêuticos e remédios
(11,8%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (9,5%).
Entre os setores com queda no volume de vendas no semestre,
destacaram-se os de material de construção (-10,2%). EFE