Rio de Janeiro, 23 fev (EFE).- O volume de vendas do comércio
brasileiro cresceu 5,9% no ano passado em comparação com 2008, a
menor expansão nos últimos quatro anos, informou hoje o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o relatório, o aumento das vendas em 2009 foi inferior ao
registrado em 2008 (9,1%) e ao recorde registrado de 2007 (9,9%) e
não era tão baixo desde 2005 (4,8%).
O resultado foi atribuído à retração das vendas nos primeiros
meses do ano em consequência da crise econômica, já que o setor
começou a recuperar-se a partir do segundo trimestre e alcançou uma
forte expansão nos últimos três meses de 2009.
Enquanto as vendas em volume cresceram 3,7% no primeiro trimestre
do ano passado, essa expansão passou para 5,2% no segundo, para 5,3%
no terceiro e 8,8% no último trimestre.
O crescimento parou em dezembro, quando as vendas caíram 0,4% em
comparação com novembro, primeiro resultado negativo após sete meses
consecutivos de crescimento.
Essa "acomodação" não impediu que o volume de vendas de dezembro
fosse 9,1% superior ao do mesmo mês de 2008.
Com relação ao valor, as vendas do comércio superaram no ano
passado em 10% as de 2008 sem descontar a inflação.
Conforme o IBGE, o setor de alimentos, bebidas e supermercados,
cujas vendas cresceram 8,3% em 2009 em volume na comparação com
igual período de 2008, voltou a ser o principal motor dos
comerciantes do país.
"Esse desempenho reflete principalmente o aumento do poder de
compra da população graças ao crescimento da massa salarial
(consequência do aumento do emprego e da renda) e à expansão do
crédito", segundo o organismo oficial.
As vendas também foram impulsionadas por setores como outros
artigos de uso pessoal e doméstico, com uma expansão do 8,4%;
artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (11,8%)
e móveis e eletrodomésticos (2,1%).
De acordo com os analistas do IBGE, o acesso ao crédito e as
redução dos preços de alguns produtos explicaram o crescimento das
vendas.
A redução de preços foi possível pelos incentivos fiscais do
Governo para favorecer aos setores mais afetados pela crise
econômica, entre estes os de automóveis, eletrodomésticos e
construção.
As vendas de veículos, motocicletas e autopeças cresceram 11,1%
em 2009 e as de material de construção caíram 5,9%.
Além da construção, outro setor que registrou queda das vendas em
2009 foi o de têxteis, confecções e calçados, com uma queda de 2,8%.
EFE