Bruxelas, 24 fev (EFE).- O comércio mundial caiu 12% em volume em
2009, pior dado desde o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945,
anunciou hoje o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio
(OMC), Pascal Lamy.
A causa principal dessa "queda livre" do comércio foi, segundo
Lamy, a redução simultânea da demanda agregada nas principais
economias do mundo como resultado da crise financeira e econômica
internacional.
Convidado pelo European Policy Centre (EPC), um dos principais
centros de análise de Bruxelas, o diretor-geral da OMC pronunciou um
discurso no qual defendeu as trocas comerciais internacionais como
um elemento essencial da solução global à recessão econômica.
"Quando as economias buscam se recuperar da crise, é fundamental
manter os mercados internacionais abertos", disse Lamy, que
reconheceu que "não são tempos fáceis".
"O comércio se contraiu em volume em torno de 12% em 2009, maior
queda desde o final da Segunda Guerra Mundial", indicou Lamy,
segundo o texto divulgado à imprensa.
A última previsão da OMC do mês de dezembro constatava uma
redução de 10%.
Além da contração generalizada da demanda agregada, a este
histórico colapso contribuíram a perda de crédito e as altas de
tarifas e subsídios nacionais, assim como novas barreiras
não-tarifárias e medidas antidumping.
No entanto, um ano depois da explosão da crise, "vemos que o
sistema de comércio multilateral, pelo menos por enquanto,
demonstrou sua força frente ao protecionismo", manifestou.
Segundo Lamy, as economias fragilizadas, mantidas pelo estímulo
fiscal dos Governos, necessitam urgentemente de "outras fontes de
crescimento, motores sustentáveis que não aumentem a dívida". Dessa
forma, comércio se transforma "em uma parte importante da história",
complementou. EFE