Por Tom Miles
GENEBRA (Reuters) - Militantes do Estado Islâmico mataram centenas de pessoas, incluindo 50 desertores e 180 ex-funcionários do governo do Iraque, nas redondezas de seu reduto em Mosul, disse nesta sexta-feira a porta-voz de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) Ravina Shamdasani.
Os 50 desertores foram executados na segunda-feira na base militar de Ghazlani, em Mosul, e os 180 ex-trabalhadores morreram na quarta-feira, à medida que o Estado Islâmico saía da cidade de Kokjali, disse Ravina durante entrevista coletiva da ONU em Genebra, citando "relatos com credibilidade" de múltiplas fontes, incluindo de áreas ocupadas pelo Estado Islâmico.
Os militantes transportaram 1.600 civis sequestrados da cidade de Hammam al-Alil para Tal Afar na terça-feira, possivelmente para usá-los como escudos humanos contra ataques aéreos, e alguns podem ter sido levados para a Síria. O grupo também levou 150 famílias de Hammam al-Alil para Mosul na quarta-feira.
"Também na quarta-feira, o Estado Islâmico supostamente usou alto-falantes para ordenar que moradores dos vilarejos de Lazaghah e Arij, a cerca de 5 quilômetros do centro da cidade de Hammam al-Alil, deixassem seus vilarejos, caso contrário seriam severamente punidos", disse Ravina.
Militantes disseram a moradores de Hammam al-Alil que deveriam entregar suas crianças, especialmente meninos acima de 9 anos, no que aparentou ser um recrutamento de crianças soldados.
"Eles têm batido em portas e pedido por meninos", disse, acrescentando que famílias que não obedeceram foram ameaçadas de punições.
Militantes do Estado Islâmico sequestraram cerca de 400 mulheres curdas, yazidi e shia em Tal Afar, e possivelmente mataram até 200 pessoas na cidade de Mosul, disse Ravina.