Rio de Janeiro, 18 dez (EFE).- A Companhia Siderúrgica Nacional
(CSN) anunciou hoje na bolsa de Lisboa uma oferta pública para
adquirir 100% do capital da Cimentos de Portugal (Cimpor) por 3,864
bilhões de euros (US$ 5,535 bilhões) e explicou que sua intenção é
criar uma gigante mundial no ramo de cimento.
"A aquisição da Cimpor contribuirá para a formação de uma das
maiores empresas produtoras de cimento do mundo, com capacidade de
produção de 36 milhões de toneladas anuais de cimento", explicou a
CSN em comunicado enviado à Bolsa de Valores São Paulo para
justificar sua proposta de compra.
A CSN disse estar disposta a pagar 5,75 euros (US$ 8,23) por ação
da Cimpor, valor 5% superior ao do fechamento de quinta-feira, o que
eleva o preço do negócio para 3,864 bilhões de euros.
Como a siderúrgica teria que assumir a dívida de cerca de 1,8
bilhão de euros (US$ 2,579 bilhões) da Cimpor, a operação custaria a
CSN cerca de 5,7 bilhões de euros (US$ 8,167 bilhões).
Apesar de ter seus negócios concentrados na siderurgia e em parte
em mineração e logística, a CSN inaugurou em maio deste ano sua
primeira fábrica de cimento em Volta Redonda (RJ) e tem planos para
alcançar em 2011 uma produção de 2,5 milhões de toneladas.
Segundo o comunicado da CSN, a Cimpor opera em 13 países da
Europa, Ásia, América do Sul e África; é líder de seu setor em
Portugal, Cabo Verde e Moçambique, e tem importantes participações
nos mercados de países como Espanha, Egito, China, Turquia, África
do Sul, Tunísia, Marrocos, Índia e Peru.
A Cimpor é a terceira empresa no mercado brasileiro em vendas e a
quarta em capacidade de produção.
A CSN espera concluir 2009 com uma produção de 300 mil toneladas
de cimento e prevê aumentar sua produção para um milhão de toneladas
em 2010 e 2,5 milhões de toneladas em 2011.
A companhia informou que "poderá usar parte de seu caixa
disponível e/ou financiar parte ou a totalidade da aquisição com
linhas de crédito de bancos de primeira linha".
Esclareceu, no entanto, que só concluirá a operação caso sua
oferta seja aceita pelos proprietários de mais da metade das ações
da Cimpor, o que lhe daria o controle da empresa. EFE