Londres, 7 jul (EFE).- Os Estados Unidos tiveram que tomar o
controle da cúpula do Grupo dos Oito (G8, os sete países mais
desenvolvidos e a Rússia) perante a falta de planejamento da Itália,
país ao qual alguns sugeriram inclusive que fosse expulso do grupo,
segundo o jornal britânico "The Guardian".
"Que outro país se encarregue de organizar as reuniões" dos
negociadores "não tem precedentes" na história do G8, disse ao
jornal britânico um funcionário de um dos países participantes, que
reclamou que não houve "processo nem planejamento".
"O G8 é um clube e os clubes pagam cotas. A Itália não as pagou",
disse um funcionário europeu envolvido nos preparativos do encontro
da cidade italiana de L'Aquila.
A insatisfação com a Itália chegou a um extremo, diz o jornal,
que se chegou a insinuar a possibilidade de propor a expulsão desse
país do G8 ou de qualquer outro grupo que se transforme em seu
sucessor.
Uma possibilidade discutida nas capitais europeias, segundo o
"Guardian", é que seja substituída pela Espanha, que tem uma renda
per capita maior que a Itália e destina maior porcentagem de seu
Produto Interno Bruto (PIB) à ajuda ao desenvolvimento.
A avaliação é compartilhada por Richard Gowan, especialista do
Centro de Cooperação Internacional da Universidade de Nova York,
segundo o qual "a organização italiana foi caótica do início ao
fim".
"Os italianos já diziam em janeiro que não tinham ideias para a
cúpula e disseram ao Governo de Barack Obama que estariam felizes em
aceitar suas instruções", disse Gowan ao jornal.
As conversas preparatórias dirigidas pelos Estados Unidos geraram
um acordo sobre segurança alimentar às vésperas da cúpula.
Segundo os críticos, o Governo do primeiro-ministro italiano,
Silvio Berlusconi, tentou compensar a falta de substancialidade da
cúpula aumentando o número de chefe de Estados e de Governo
participantes, que passou de 39 para 44. EFE