Berlim, 24 ago (EFE).- O déficit fiscal alemão chegou a 3,5% do
Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre de 2010, anunciou
nesta terça-feira o Escritório Federal de Estatística.
A instituição pública com sede em Wiesbaden, no centro do país,
informou que o déficit financeiro do Estado chegou a 42,8 bilhões de
euros no período, como consequência da crise financeira, do corte
dos das receitas fiscais e do aumento da despesa.
Os técnicos de Wiesbaden confirmaram, no entanto, seus cálculos
provisórios do dia 13 de agosto e assinalaram que o crescimento
econômico na Alemanha foi de 2,2% no segundo trimestre, o mais alto
desde a reunificação do país, em 1990.
O déficit alemão na primeira metade de 2010 mais que dobrou em
relação aos 18,7 bilhões de euros do primeiro semestre de 2009.
"As consequências da crise financeira e econômica e das medidas
estatais aplicadas para apoiar a conjuntura e os mercados
financeiros afetam agora os orçamentos do Estado, os estados
federados e os municípios", destaca o relatório.
O texto afirma ainda que o Produto Interno Bruto da Alemanha
subiu no primeiro semestre de 2010 a mais de 1,2 trilhões de euros,
e comenta que, se no final deste ano a tendência for mantida, a
Alemanha voltará a descumprir os critérios de Maastricht, que
estabelecem um déficit máximo de 3,0% do PIB.
O déficit fiscal alemão no ano passado foi do 3,1%, ultrapassando
timidamente os critérios citados, lembra o Escritório Federal de
Estatística em sua análise.
Além disso, a instituição assinala que as receitas públicas
registraram no primeiro semestre de 2010 um retrocesso de 1,5%,
número semelhante ao do primeiro semestre de 2009 (1,4%), enquanto a
despesa aumentou em 3,0%, contra 3,6% de um ano antes.
Por outro lado, o escritório de Wiesbaden reiterou que a economia
alemã está registrando um forte crescimento e recuperação, que há
dez dias chegou a qualificar como "vertiginosos".
Os analistas da instituição corrigiram para cima o crescimento do
PIB na Alemanha para o primeiro trimestre de 2010, dos 0,2%
anunciados inicialmente até 0,5% após os novos cálculos. EFE