Washington, 10 set (EFE).- O déficit na balança comercial
americana em julho foi de US$ 32 bilhões, o que significa uma alta
de 16,3%, a maior em mais de 10 anos, devido a um volume recorde de
importações.
A maioria dos analistas esperava que o número não passasse de US$
27,5 bilhões.
Apesar da alta, o déficit de julho segue muito abaixo do recorde
de US$ 64,9 bilhões registrado em julho, antes que a crise
financeira global reduzisse os fluxos comerciais globais ao redor do
mundo.
No total, as importações alcançaram o valor de US$ 159,6 bilhões,
o que representa um aumento de 4,7%, a maior alta percentual mensal
desde que o índice começou a ser calculado, em 1992.
O aumento se deve, em grande medida, às maiores compras de
automóveis e autopeças importados, que alcançaram os US$ 2,4
bilhões.
A isso se soma o aumento de US$ 1,7 bilhão nas aquisições de bens
de consumo, como medicamentos, brinquedos, roupas ou televisores.
O sexto aumento mensal consecutivo no preço médio do petróleo
importado, que rondou os US$ 62,50 por barril, também contribuiu
para ampliar o déficit. No total, as compras de produtos
petrolíferos foram as mais altas desde dezembro.
As exportações, por sua parte, subiram 2,2%.
Os principais artigos exportados foram aviões civis,
computadores, maquinário industrial e equipamento médico.
Por regiões, o superávit na balança comercial entre os países da
América Latina e do Caribe e os EUA subiu 10,4% em julho, com
relação ao mês anterior, e ficou em US$ 4,247 bilhões, informou hoje
o Departamento de Comércio.
Nos sete primeiros meses do ano, o superávit da região somou US$
23,741 bilhões, isto é, 150% a menos que no mesmo período de 2008,
quando chegou aos US$ 59,402 bilhões.
Em julho, 9,9% do déficit total no comércio de bens dos Estados
Unidos, que somou US$ 42,672 bilhões, se deveu a suas trocas
comerciais com a América Latina.
Tirando o México e a Venezuela, ambos exportadores de petróleo,
além da Colômbia, os países da região registraram déficit em sua
balança comercial com os EUA, em julho.
Por sua parte, o superávit da União Europeia (UE) na balança
comercial com os EUA subiu 76% em julho, com relação ao mês
anterior, e ficou em US$ 7,958 bilhões.
Mesmo assim, o número é 29% inferior ao saldo de US$ 11,159
bilhões registrado em julho de 2008.
De janeiro a julho, os países da UE acumularam um superávit de
US$ 31,822 bilhões com os EUA, contra US$ 59,407 bilhões do mesmo
período em 2008.
Já com relação à China, o segundo maior parceiro comercial dos
EUA depois do Canadá, o déficit na balança comercial americana foi
de US$ 20,417 bilhões em julho, frente aos US$ 18,43 bilhões em
junho.
Nos sete primeiros meses do ano, os EUA acumularam um déficit na
balança comercial com o país asiático de US$ 123,468 bilhões, frente
aos US$ 143,594 bilhões do mesmo período de 2008.
Além disso, também foi anunciado hoje que os pedidos de
seguro-desemprego caíram na semana passada para os 550 mil, frente
aos 576 mil da semana passada, abaixo das previsões dos analistas.
EFE